Matei na última noite saudades de África, enquanto aguardo por nova temporada em Moçambique. O recente espaço
LAV Lisboa ao Vivo, em Marvila (e ali tão perto o restaurante El Bulo Social Club, do
chef argentino
Chakall), recebeu nos dias 13 e 14 as Noites do Índico Maputo Lisboa, um evento organizado pelas Produções Conga e Maningue Productions. E pelo menos a noite de 14, que era para ter acabado às 01h30 e acabou já passava das três, foi
maningue nice. Só precisava de ter tido mais público.
Os muito dancáveis Napalma (projecto de músicos brasileiros e africanos que nasceu em 2004 e que há mais de uma década realiza concertos em todo o mundo, andando agora por aí com a sua Big Funky Family Tour) e os Granmah (que cantaram em Lisboa um poema de Miguel Torga e que devem estar hoje a viajar para os EUA) foram óptimas revelações. Deltino Guerreiro (que já conhecia de uma das edições dos Ngoma Moçambique e que tem um dueto com Joss Stone na sua música Sonho) e os Timbila Muzimba (acabados de chegar da Noruega e um dos grupos do primeiro festival MMM – Mozambique Music Meeting) dois bons reencontros.
E para além da música, havia nesta noite dedicada ao Índico um bar abastecido com cerveja 2M, bancas com capulanas, roupa e calçado feitos com os tecidos africanos e algum artesanato (só faltou a gastronomia tradicional moçambicana anunciada no programa). E como estávamos um pouquinho em África havia também à venda umas garrafinhas cheias de um "produto natural de Moçambique para limpeza do organismo e revitalização das células que aumentam o apetite sexual". Custavam dez euros cada e o nome que as acompanhava é pouco publicável: "Parte C***. Ngui Ngui Ngui", sendo que os asteriscos correspondem a uma alternativa mais popular à palavra vagina e os vários "ngui" ficaram sem tradução (apesar dos esforços do vendedor, um natural de Cabo Delgado, a província mais a norte do país). Não cheguei a experimentar mas uma amiga provou e pelo menos até às quatro da manhã ainda não tinha feito qualquer efeito.
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