Moçambique: de batelão até à praia da Macaneta

Partilho no Facebook uma fotografia da Macaneta e um amigo que viveu e trabalhou em Moçambique pergunta-me pelo batelão. Isso, porque à praia da Macaneta, localizada numa estreita península situada entre o rio Incomati e o Índico, só se chega depois de uma  travessia a partir de Marracuene num mal-afamado ferry-boat – e para a má fama contribuem as avarias frequentes e por vezes prolongadas ou os acidentes que volta e meia lhe estão associados, como o que em Agosto de 2013 provocou a morte de oito pessoas. Mas dificuldades para lá chegar à parte, a Macaneta não deixa de ser a praia mais próxima de Maputo e um bom local para desfrutar de uma refeição de peixe ou de marisco.

Da capital até à antiga Vila Luísa, o nome colonial da agora Marracuene, são pouco mais de 30 quilómetros – nem sempre proporcionais ao tempo que se demora –, que podem ser percorridos tomando a Estrada Nacional 1 em direcção a Xai-Xai (e passando pelos animados bairros de Benfica e do Zimpeto) ou via Costa do Sol, onde vão avançadas as obras da nova circular. Chegados ao cais do batelão, têm os visitantes duas alternativas: deixar o carro por ali e contratar transporte do lado de lá para seguir até à praia (opção disponível na maior parte dos alojamentos e restaurantes, basta telefonar) ou embarcar a viatura (que deve ser um 4x4), sendo que em cada viagem seguem apenas cinco ou seis.

"Vão com carro? É um acto de coragem", diz-nos um português que vai para o Lugar do Mar, restaurante e alojamento gerido por um casal, ela sul-africana de ascendência portuguesa e ele francês e chef com queda para a pastelaria, e a quem acabamos por dar boleia. E acabamos também por ficar por ali, apesar da ideia inicial (pelos comentários vistos na Internet) ser rumar até ao Praia de Peixe. Mas este ficará para uma próxima visita à Macaneta. Assim não se avarie o batelão ou a ponte em início de construção fique concluída. Por agora, ficou aprovado o Lugar do Mar, pelos camarões fritos (todos de tamanho diferentes por terem sido apanhados por ali) e também pelo crepe susette servido no final. Um alento para a travessia de regresso.