Martim Moniz: que comece o Ano do Macaco

A última viagem, curtinha em quilómetros e realizada ontem, teve como destino o pedacinho da China (e também o pedacinho de África) que fica ali para os lados do Martim Moniz, dos Anjos ou da Rua da Palma. O pretexto era assistir às celebrações do Novo Ano Chinês, que começaram com um muito fotografado desfile Almirante Reis abaixo ("Não sei o que se passa mas só consigo fazer selfies", dizia alguém aflito no meio da multidão) e prosseguiram com uma feira de produtos asiáticos e animação num palco montado no centro desta chinatown lisboeta - onde actuaram dragões e leões e onde houve danças e acrobacias.
E como toda a viagem que se preze teve esta também direito a uma boa descoberta gastronómica. Imponha-se almoçar num restaurante chinês, pois claro, e a escolha recaiu sobre um aparentemente sem nome e localizado no número 7 da Calçada da Mouraria. A boa comida - uma massa com carne de porco e legumes, umas beringelas acho que estufadas (nem sabia que as beringelas podiam ser tão boas) e um entrecosto frito a dividir por três - compensa bem a simplicidade do local. No final, a conta é rabiscada num pedaço de papel, em caracteres chineses e com um montante final de 23 euros (para os três pratos, uma Super Bock e uma garrafa pequena de Monte Velho tinto). Experiência a repetir.
A festa de ano novo, também chamada de Festival da Primavera, é a festa mais importante do povo chinês e tem lugar de forma organizada em mais de 140 países em todo o mundo e em cerca de 400 cidades. Em 2017 promete regressar ao Martim Moniz pela quarta vez.


PS - Já depois da publicação deste post leio no Observador um artigo com as sugestões dos melhores restaurantes chineses de Lisboa. E lá está o do número 7 da Calçada da Mouraria, que afinal tem nome, Mi Dai, embora este não esteja aparentemente visível. E avisa o jornal online que a "cantinha chinesa", como também é conhecido, pode intimidar à primeira vista, pela ausência de qualquer conforto ou decoração ou pela dificuldade em comunicar. Pois pode, mas quem se deixar intimidar não sabe o que fica a perder.

































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