Moçambique: viagra natural foi uma das estrelas da FACIM

A FACIM – Feira Agro – Pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique faz 54 anos e eu comemoro neste Agosto o quinto aniversário da primeira viagem a Maputo. Pelo que já era altura de dar um salto a Ricatla, no distrito de Marracuene (a cerca de 30 quilómetros da capital), onde esta concorrida e popular iniciativa se realiza desde 2011. Até aí, tinha lugar na cidade, na Avenida 25 de Setembro, entre a rotunda Robert Mugabe e a Feira Popular.
E a minha estreia na FACIM foi uma experiência didáctica, assim como que uma espécie de viagem  breve pelas províncias do país e um pouco pelos países com quem Moçambique tem relações comerciais (aproveito e trago uns folhetos e um mapa do Japão, um destino presente em qualquer bucket list que se preze). 
Da Zambézia veio o Chá de Magoma, produzido em três fábricas da cidade do Gurué, que é o maior empregador da zona e que exporta grande parte da produção (sendo que o chá mais caro e de melhor qualidade, feito a partir das duas primeiras folhas da planta,  é vendido para a Alemanha). O distrito de Chòckwè, na província de Gaza, trouxe até Maputo mais informações sobre o ciclo de vida da tilápia, apresentado pelo Centro de Pesquisa em Aquacultura,  que vende ração para peixe e alvinos (os peixes muito pequeninos que em três meses dão peixes juvenis e em seis ou sete peixes adultos). E o muito requisitado Dr. Júlio Langa, farmacêutico empenhado em resolver problemas da próstata, de disfunção sexual ou de reforço do sistema imunológico, veio de Vilanculos, província de Inhambane, para apresentar os benefícios do medicamento Madoda (que em changana significa "mais velho" e é assim como que uma espécie de Viagra) e do suplemento alimentar Phewhane, que também é o nome de uma lagoa local. 
Prossigo a visita e passo por um cartaz que anuncia o novo Musashi, o "primeiro restaurante japonês gerido por japonês em Maputo" (fica no número 941 da Armando Tivane e pelos comentários que leio na Net deve valer a pena passar por lá) e um outro que apresenta a ementa do restaurante Incomati. Fica este na EN1, em Marracuene, e herda o nome do rio que antes se atravessava no velho batelão para ir à praia da Macaneta e que agora tem uma ponte de fabrico chinês a unir as duas margens. É propriedade de um português que já tem 35 anos de Moçambique, o "Figueiredo de Marracuene" (e da mulher), e é famoso pelo leitão e cozido à portuguesa (que convém reservar), pelos pratos de bacalhau ou pelas sardinhas grelhadas. Antes de inaugurar na localização actual, há mais ou menos um ano e meio, ficava ali por perto mas no meio do mato (onde funcionou, diz-me o dono, "uns 10 ou 15 anos"). 
Quase no final, com a maior parte dos stands a encerrar, fico ainda à conversa com Cadino Chipanga, que nos apresenta alguns produtos para a pele e para o cabelo e também o projecto Salão Afrocentrico Carapinha, um cabeleireiro que já tem três salões em Maputo. E onde se pretende que haja livros (alguns estão presentes na feira) em vez de revistas cor-de-rosa e um programa educacional que vai às escolas e onde se fala das vantagens de usar o cabelo natural, sem recurso às muito procuradas extensões.
A FACIM, organizada pela APIEX – Agência para a Promoção do Investimento e das Exportações e que deverá ser visitada por cerca de 90 mil pessoas nesta edição de 2018, terá contado este ano com a presença de 32 países, 3010 empresas nacionais e 750 estrangeiras. 






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