Ciclone Idai: a Beira está em ruínas e toda a ajuda é urgente
Nunca calhou visitar a Beira, capital da província de Sofala e quarta cidade do país, localizada a 1068 quilómetros de Maputo. Agora, que está quase totalmente destruída pelos ventos loucos do ciclone Idai e por chuvadas imensas, tenho pena de não o ter feito. Embora me sinta um pouco como se já lá tivesse estado.
Há mais de 15 anos, quando Moçambique estava bem longe de ser um destino (e muito menos um destino frequente), que o Alto da Manga, bairro dos arredores da cidade, me é familiar. Era de lá que vinham as cartas escritas pelo afilhado dos Padrinhos de Portugal que nos calhou em sorte. E é lá que continua o nosso estudante do terceiro ano de Direito, livre de perigo e a viver com a família na parte da casa que não foi levada pela intempérie. Agora, já não escreve cartas com a letra muito certinha, e as comunicações, por enquanto interrompidas, são feitas quase sempre por WhatsApp. Ou presencialmente, quando nos visita em Maputo.
Em Abril de 2016 sobrevoei a Beira a baixa altitude, num Cessna 2088 Caravan a caminho da Gorongosa, com os agora incontroláveis rios Púnguè e Búzi a destacarem-se na paisagem. E em Novembro de 2018 percorri os salões, os quartos, a escadaria, a antiga discoteca e os muitos recantos do Grande Hotel da Beira, enquanto assistia, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, em Maputo, ao documentário de Licínio de Azevedo. Aí fiquei a conhecer a história de Rachida, que vivia na altura das filmagens com quatro filhos nas câmaras frigoríficas dois e cinco do que chegou a ser o maior hotel de África; de Camões, professor licenciado em Geografia que viveu 20 anos na cave do edifício; ou a de José e Adelino, dois irmãos órfãos que ocupavam um cubículo do outrora luxuoso hotel.
A Beira é desde a última quinta-feira uma cidade tão em ruínas como o Grande Hotel, que funcionou entre os anos 1955 e 1963 e que actualmente é local de habitação de mais de 3000 pessoas. É uma cidade sem electricidade, quase sem comunicações (salvam-se os telefones satélite), com a maior parte das infraestruturas destruídas (o Hospital Central encerrou o bloco operatório, a maior parte dos postos de abastecimento de combustível estão inoperacionais, a Estrada Nacional 6 está cortada em vários troços), com populações cercadas, com aldeias prestes a serem engolidas pelas águas, com gente ainda refugiada em cima de árvores ou de telhados. E leio na Carta de Moçambique, numa reportagem de Rafael Bié, que "As imagens que circulam nas redes sociais [das quais publico três, pedindo desculpa aos autores] mostram apenas a décima milionésima parte de um quadro apocalíptico."
Em Abril de 2016 sobrevoei a Beira a baixa altitude, num Cessna 2088 Caravan a caminho da Gorongosa, com os agora incontroláveis rios Púnguè e Búzi a destacarem-se na paisagem. E em Novembro de 2018 percorri os salões, os quartos, a escadaria, a antiga discoteca e os muitos recantos do Grande Hotel da Beira, enquanto assistia, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, em Maputo, ao documentário de Licínio de Azevedo. Aí fiquei a conhecer a história de Rachida, que vivia na altura das filmagens com quatro filhos nas câmaras frigoríficas dois e cinco do que chegou a ser o maior hotel de África; de Camões, professor licenciado em Geografia que viveu 20 anos na cave do edifício; ou a de José e Adelino, dois irmãos órfãos que ocupavam um cubículo do outrora luxuoso hotel.
A Beira é desde a última quinta-feira uma cidade tão em ruínas como o Grande Hotel, que funcionou entre os anos 1955 e 1963 e que actualmente é local de habitação de mais de 3000 pessoas. É uma cidade sem electricidade, quase sem comunicações (salvam-se os telefones satélite), com a maior parte das infraestruturas destruídas (o Hospital Central encerrou o bloco operatório, a maior parte dos postos de abastecimento de combustível estão inoperacionais, a Estrada Nacional 6 está cortada em vários troços), com populações cercadas, com aldeias prestes a serem engolidas pelas águas, com gente ainda refugiada em cima de árvores ou de telhados. E leio na Carta de Moçambique, numa reportagem de Rafael Bié, que "As imagens que circulam nas redes sociais [das quais publico três, pedindo desculpa aos autores] mostram apenas a décima milionésima parte de um quadro apocalíptico."
São várias as iniciativas de recolha de bens e donativos em dinheiro para ajuda às vítimas do Idai. Em Maputo, a loja Mega, em coordenação com a Embaixada de Portugal, recebe, a partir de quinta-feira, dia 21, produtos alimentares, produtos para tratamento de água, lençóis, mantas, redes mosquiteiras, produtos de higiene, roupa e calçado, que serão enviados para a Beira e distribuídos pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). As entregas podem ser feitas na Av. OUA, 1095, das 8h às 19h.
A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique lançou uma campanha de recolha de bens essenciais, que serão transportados pela empresa e entregues ao INGC. Em Maputo, os donativos podem ser feitos na sede da empresa. Mais informações: +25821468800.
As empresas do Porto de Maputo MPDC, Grindrod e DP World Maputo, promovem uma campanha de recolha de produtos alimentares e de higiene, roupa e calçado, cobertores e utensílios domésticos. As entregas podem ser feitas entre as 7h30 e as 16h no terminal de cabotagem do Porto (acesso pela Av. Mártires de Inhaminga, perto do Teatro Gungu). Mais informações: +25821340500 ou soraia.abdula@portmaputo.com.
O BCI – Banco Comercial e de Investimentos acolhe a Conta Solidariedade do INGD, podendo os donativos ser feitos através dos IBAN MZ59000800007616042410180 (conta em meticais) ou MZ59000800007616042410471 (em euros). O BCI realiza ainda uma recolha de bens, que podem ser entregues no edífico sede ou na agência da FPLM, em Maputo (perto do aeroporto).
O Parque Nacional da Gorongosa criou o Fundo de Alívio para o Ciclone, que será usado num programa alimentar de emergência. Os donativos podem ser feitos no site.
As doações para a UNICEF Mozambique podem ser feitas aqui. E para a Save the Children aqui.
O BCI – Banco Comercial e de Investimentos acolhe a Conta Solidariedade do INGD, podendo os donativos ser feitos através dos IBAN MZ59000800007616042410180 (conta em meticais) ou MZ59000800007616042410471 (em euros). O BCI realiza ainda uma recolha de bens, que podem ser entregues no edífico sede ou na agência da FPLM, em Maputo (perto do aeroporto).
O Parque Nacional da Gorongosa criou o Fundo de Alívio para o Ciclone, que será usado num programa alimentar de emergência. Os donativos podem ser feitos no site.
As doações para a UNICEF Mozambique podem ser feitas aqui. E para a Save the Children aqui.
A Cruz Vermelha Portuguesa recebe donativos que serão entregues à Cruz Vernelha de Moçambique, através do IBAN PT50001000003631911000174.
Em Guimarães, a campanha SOS Moçambique, promovida pela Associação Portuguesa em Moçambique e Associação Comercial e Industrial de Guimarães, recebe alimentos enlatados e empacotados, vestuário e calçado, bens de abrigo, produtos de higiene e produtos de purificação de água. Pontos de entrega na Rua da Unidade Vimaranense, 137, r/c esq. (particulares) e na ChrisHome Tex, Rua Ana Lopes Correia, 31 (empresas). Contactos: 936442222 (Miguel Martins) ou 917062518 (Cristina Teixeira).
Em Guimarães, a campanha SOS Moçambique, promovida pela Associação Portuguesa em Moçambique e Associação Comercial e Industrial de Guimarães, recebe alimentos enlatados e empacotados, vestuário e calçado, bens de abrigo, produtos de higiene e produtos de purificação de água. Pontos de entrega na Rua da Unidade Vimaranense, 137, r/c esq. (particulares) e na ChrisHome Tex, Rua Ana Lopes Correia, 31 (empresas). Contactos: 936442222 (Miguel Martins) ou 917062518 (Cristina Teixeira).
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