Malta: à descoberta do país mais pequeno da União Europeia

Vinha de longe, de 1993, o desejo de ir a Malta, ano em que uma amiga sobrevoou Valletta de helicóptero e fotografou a Fonte dos Tritões rodeada por dezenas de autocarros verdes e brancos, que dali saíam para percorrer a ilha. E no mês de Outubro de 2022 lá fui finalmente, com a vontade nem por isso perturbada por comentários recentes lidos em grupos de viajantes nas redes sociais: que a simpatia não é o forte dos malteses (viagem feita, pareceu-me que a antipatia também não), que Malta está maltratada e suja (o que talvez aconteça em alturas de maior procura turística) ou que é muito monocromática (o que nem chega a ser um problema: é só juntar ao tom amarelado da pedra calcária, com que são feitas as casas e os edifícios, o amarelo, o vermelho ou o azul dos barcos de pesca malteses, os  luzzo, as cores vivas das varandas em madeira e da roupa a secar, o laranja dos pores do sol ou o azul do mar, quase sempre presente).

A República de Malta, o país mais pequeno da União Europeia, constituído pelas ilhas principais de Malta, Gozo e Comino, tem motivos de sobra para agradar a todo o tipo de visitantes. E são muitos os que ali aterram ou desembarcam em escalas de cruzeiros  – cerca de 2,5 milhões por ano, contribuindo para quase 30 por cento das receitas do PIB. Malta, que tem uma posição estratégica altamente cobiçada ao longo dos séculos e uma História que passa por ter sido colónia inglesa e sede da Ordem de São João de Jerusalém, também conhecida como Ordem de Malta, tem os mais importantes monumentos megalíticos da Europa, complexos funerários subterrâneos com milhares de anos, cidades muralhadas, falésias calcárias que apelam à contemplação, piscinas naturais para banhos e mergulho, algumas praias de areia, centenas de catedrais e igrejas (dizem que 365, uma por casa dia do ano, ou não fosse Malta um dos países mais católicos do mundo), palácios e jardins e paisagens que têm servido de cenário para a rodagem de filmes e séries, que já são mais de 200. E tem uma capital pequenina, cheia de charme e de turistas, alguns destes vestidos num dos dias da nossa estadia de Chapeleiro Louco ou de outras personagens de Alice no País das Maravilhas e aparentemente ocupados a caçar pokémons.

Valletta, rodeada pelo impressionante fosso escavado durante a fortificação da cidade, em 1566, e nos últimos anos transformado em jardim público, é um bom ponto de partida para explorar Malta. Nós instalámo-nos por quatro noites num apartamento no número 73 da St. John 's Street, quase à beira mar, e tivemos por vizinha uma senhora que se benzia ao sair de casa, saco de compras na mão e olhos postos na Igreja e Convento de Santo Agostinho, logo ao cimo da rua. E o que visitar na capital? As ruas íngremes e tranquilas mas também a sempre cheia Republic Street e a rua dos restaurantes e do mercado Merchant Street, os Lower e os Upper Barrakka Gardens (e destes, que vista se tem sobre as Três Cidades: Birgù ou Vittoriosa, Isla ou Senglea e Bormla ou Copiscua), a City Gate, um projecto de Renzo Piano, o arquitecto do Centro Georges Pompidou, em Paris, a Pjazza Teatru Rjal, que acolhe as ruínas da ópera real construída em 1866 e entretanto bombardeadas pela aviação alemã durante a II Guerra Mundial, o antigo albergue de Castela, Leão e Portugal, que pertenceu aos cavaleiros de Malta e ocupado agora pelo gabinete do primeiro ministro, o Museu Nacional de Arqueologia, instalado no antigo albergue de Provença, ou o MUZA  Museu de Belas Artes, que ocupa o albergue de Itália. E ainda o Palácio dos Grandes Mestres (ou State Rooms, entretanto fechado para restauro), a Biblioteca Nacional, com entrada gratuita e mais de 500 000 publicações guardadas no seu interior, o Forte de São Elmo, que acolhe o Museu Nacional da Guerra, ou a Casa Rocca Piccola, no 74 da Republic Street.

Estando em Valletta, vale a pena visitar uma das raras casas maltesas que pertenceu a uma família antiga e nobre da ilha e que está aberta ao público. Mais ainda se por lá se encontrar, por acaso, Nicholas de Piro d' Amico Inguanez, que me diz ser o "slave" (escravo) quando lhe pergunto se é o "owner" (proprietário). E Nicholas aproveita o encontro para nos mostrar uma fotografia dos seus pais vestidos a rigor para a coroação da Rainha Isabel II e também uma caricatura do português "Pinto" (Manuel Pinto da Fonseca), que foi o 68º Grão Mestre da Ordem de Malta, entre 1741 e 1773, ano em que morreu, e ficou famoso por ter concluído a obra do  albergue de Castela, Leão e Portugal. Na Casa Rocca Piccola, que tem cerca de 50 divisões, algumas utilizadas para alojamento e não incluídas na visita, há salas pintadas de verde, vermelho e azul e um quarto de dormir equipado com a cama onde a avó do actual dono deu à luz nove filhos (e todos sobreviveram), uma capela e uma garagem com um Bentley de 1949, um abrigo subterrâneo que podia acolher até 150 pessoas durante a II Guerra (são frequentes em Malta, país que foi altamente bombardeado durante o conflito) e um pátio onde mora um papagaio azul e amarelo chamado Kiku. Dizem as regras colocadas ao lado no seu poleiro que não deve ser alimentado ou tocado e que tem conta no Twitter.

Para o quarto dia em Malta deixámos talvez o maior tesouro de Valletta, a Co-Catedral de São João, de estilo barroco, assim chamada por a catedral da ilha se encontrar em Mdina. Se por fora, com a fachada principal a dar para a rua San Giovanni, parece ser uma igreja austera, no seu interior, onde não é permitido entrar com saltos altos, tem um pavimento constituído por 374 túmulos de mármore onde foram sepultados os elementos mais importantes da Ordem de São João de Jerusalém, nove capelas laterais, uma delas reservada ao culto e as outras dedicadas às oito línguas faladas pelos cavaleiros da Ordem (na de Portugal, encontram-se os monumentos funerários de Antonio Manoel de Vilhena e de Manuel Pinto da Fonseca), dois órgãos, sendo que o da esquerda é verdadeiro e o da direita está lá para efeitos de simetria, e duas obras primas do pintor italiano Michelangelo Caravaggio, que passou 15 meses em Malta entre 1607 e 1608: a Decapitação de São João Baptista e a Escrita de São Jerónimo. E a co-catedral, que se possível deve ser visitada cedo, logo na abertura, tem ainda uma escada, próxima do oratório, que conduz a uma varanda com vista sobre todo o interior. Vale a pena subi-la.







































Durante a estadia em Valletta fomos explorando os arredores, que no fundo são toda a ilha: nada em Malta fica a mais de 28 quilómetros da capital. Em Paola, a meia dúzia de quilómetros, localiza-se o Hipogeu de Hal Saflieni, um cemitério e templo subterrâneo que datará de 5000 A.C. e que é Património Mundial da Humanidade. A leste de Valletta, a povoação de pescadores de Marsaxlokk, que tem barcos coloridos, bons restaurantes, bons mexilhões, uma igreja dedicada a Nossa Senhora de Pompeia e que anunciava na porta as Jornadas Mundiais da Juventude, que hão-de ter lugar em Lisboa, e um famoso mercado de peixe (e de tudo o que se vende nos mercados) aos domingos. E a Peter's Pool, uma piscina natural bem cheia – de portugueses com sotaque do Porto, de brasileiros que vivem no Luxemburgo – mesmo no Outono. A sul, há passeios de barco a partir do porto de Wied iz-Zurrieq até à Blue Grotto, um conjunto de grutas onde a água não pode ser mais azul e transparente ("See my hand, see my hand", foi-nos dizendo o barqueiro, enquanto metia uma das mãos debaixo de água) e onde um grande arco natural em pedra marca a paisagem. E também a sul e à beira mar, ficam os templos neolíticos de Hagar Qim e de Mnajdra, que só vimos por fora por estarem a fechar, e o pequenino porto de pesca de Ghar Lapsi, que tem piscinas naturais, uns quantos gatos residentes e o restaurante Carmen's Bar, com esplanada, bom para um jantar tranquilo – de polvo e lulas fritas – mesmo numa sexta feira à noite.


























A cidade muralhada de Mdina, no centro da ilha e palco de filmagens da série Guerra dos Tronos (com destaque para a porta principal e para a Praça Medina), e a vizinha Rabat, fora das muralhas, são outros dos locais imperdíveis numa viagem a Malta. Chegámos a Mdina, também chamada "cidade silenciosa", num domingo quase a terminar, mesmo a tempo de espreitar a catedral barroca de São Paulo no final da missa, quando já estava fechada para turistas. Depois, foi percorrer as muralhas, restauradas várias vezes pelos cavaleiros da Ordem entre os séculos XV e XVIII, e as ruas estreitas e labirínticas, assim feitas para proporcionarem sombra no Verão e protegerem os habitantes dos ventos fortes do Inverno e, noutros tempos, das flechas dos ataques inimigos. Diz o guia Le Routard sobre Malta que é necessário ficar em Mdina à noite, quando a maior parte dos turistas se vão, e é capaz de ter razão.

Ao sexto dia choveu em Malta, ou pelo menos em Rabat, pelo que nos serviram de abrigo as arcadas da rua em frente à Igreja de San Kataldu e à loja Parruccan, que vende doces e nougats tradicionais. Mas antes do dilúvio, visitámos o Wignacourt College Museum e as Catacumbas de São Paulo. No Wignacourt, que durante a II Guerra serviu de hospital, escola e padaria, existem colecções de arte e de objectos religiosos, um abrigo anti bombas que permitia receber até 400 pessoas, umas catacumbas que se julga terem origem romana e ainda a Gruta de São Paulo, local que diz a lenda ter sido usado pelo apóstolo durante a passagem por Malta e onde  a primeira comunidade cristã de Malta terá sido fundada. As Catacumbas de São Paulo, que podem demorar umas duas horas a visitar, são um conjunto de necrópoles que datam do século IV e V d.C. e que foram utilizadas por comunidades cristãs, judaicas ou pagãs – e que ao longo da História foram tendo outros usos, como terem servido de lixeira durante a Idade Média, de abrigo para animais ou de local de oração. Algumas contém ainda ossadas humanas e essa informação, de que há "real bones" no interior, está afixada à entrada de cada uma, assim como quantos degraus é necessário descer e no final subir, qual a largura das passagens mais estreitas e a altura dos tectos mais baixos ou se se trata de uma catacumba que deve mesmo ser vista (as que têm um "Must see!").























Se Mdina e também Rabat foram usadas para as filmagens da Guerra dos Tronos, há outro cantinho de Malta famoso por ter sido o cenário do filme Popeye, com Robin Williams. Trata-se da Popeye Village,  construída nos anos 80 pela Disney em Anchor Bay, perto da praia de Mellieha Bay, a norte, e dos areais de Golden Bay, Ghajn Tuffieha (a nossa escolha para um dia de pés na areia) e Gnejna Bay, a sul. Popeye Village, embora tenha recebido em 2022 o título de aldeia mais bonita do mundo pela revista de turismo Road Affair, não é uma aldeia a sério, mas um parque de diversões, onde se podem fazer passeios de barco, ir ao cinema, interagir com as personagens do filme ou mesmo realizar um casamento (todas as informações no site). É também um bom sítio para ver o  pôr do sol, sem ser necessário comprar o bilhete para entrar no parque. É só rumar ao Popeye Village Viewpoint e esperar pelo final do dia.





Quando a chuva parou em Rabat, ao sexto dia dos 12 da estadia em Malta, rumámos a Gozo, viajando nós e o carro alugado no ferry que se apanha em Cirkewwa, muito perto da Red Tower. E em Gozo, tida geralmente como mais autêntica do que a ilha principal, mais rural, mais verde, com menos turistas e com malteses mais sorridentes, instalámo-nos por três noites no DGolden Valley Boutique, em Xaghra, o único alojamento em que fomos recebidos por um anfitrião de carne e osso e não por um código enviado previamente por WhatsApp, no caso pelo maltês Piere Galea, que já passou férias em Portugal e que nos contou ter pescado em Cascais. E que também nos deu, por sermos três só num quarto e a cama extra ser pouco confortável, um segundo quarto sem qualquer custo adicional.

Três noites em Gozo não foram demais, apesar da dimensão da ilha, que tem 7 por 14 quilómetros de extensão e que muitos turistas visitam numa viagem de ida e volta num só dia. Gozo tem uma capital com uma cidadela a fazer lembrar Mdina, uma catedral barroca dedicada a Nossa Senhora da Assunção, uma vista das muralhas que abarca quase toda a ilha e mesmo a ilha de Malta ao longe, uma igreja, a Basílica de São Jorge, que tem um interior ricamente decorado fruto de contribuições dos malteses que emigraram para a Austrália ou para a América do Norte, e uma praça com esplanadas, a da Independência, que é o ponto de encontro dos habitantes locais. E chama-se Victoria a capital, embora já se tenha chamado Rabat (não confundir com Rabat de Malta), antes de ter sido rebaptizada, em 1897, para festejar os 60 anos de reinado da rainha inglesa Victoria. 

E fora da capital o que fazer? Passear pela estação balnear de Marsalforn, antigo porto de pesca que tem nas proximidades uma estátua de um Cristo a fazer lembrar o Cristo Redentor do Rio de Janeiro e que foi construído para proteger a ilha das erupções do vizinho Etna, o vulcão siciliano. Percorrer ao final da tarde as salinas da costa norte, respeitando os sinais de Keep off the salt pans e não sair de lá entes de o sol se pôr. Visitar, em Xaghra, o que resta dos dois templos neolíticos de Ggantija, que integram a lista de Património Mundial da UNESCO. Espreitar o moinho de vento Ta'Kola's, que data de 1725, altura em que os cavaleiros da Ordem mandaram construir moinhos um pouco por todo o lado, para satisfazer as necessidades de uma população a crescer. Estender a toalha no areal alaranjado de Ramla Bay, o maior de Gozo e seguramente abençoado pela presença de uma estátua da Virgem. Subir à gruta de Calypso, que nos escapou mas que tem boas vistas sobre Ramla Bay. Descer até ao desfiladeiro de Wied il-Ghasri, onde há uma praia de seixos. Conhecer a Basílica Ta'Pinu, em Gharb, importante lugar de peregrinação (e aí não perder as salas de ex-votos, cheias de roupas de bebé, quadros com dedicatórias, capacetes de moto ou aparelhos ortopédicos). Tomar um banho de mar (mais um) na baía de Xlendi. Apanhar um barco no Inland Sea, que é uma espécie de lago, e ir até ao mar através de um túnel escavado na rocha. Partir à descoberta da baía de Dwejra e da Fungus Rock. Mergulhar no Blue Hole. Imaginar como era a Azure Window, cuja estrutura colapsou com uma tempestade em 2017. Jantar no Al Sal, em Xaghra, que tem no menu sopa de peixe, carpaccio de atum ou esparguete com raspas de bottarga, que são ovas de peixe salgadas e secas.







































Podia a viagem a Malta ter terminado depois da estadia em Gozo e já seria uma viagem feliz. Mas havíamos ainda de ir a Comino, que com os seus três quilómetros quadrados é a terceira em tamanho do arquipélago e que tem como ponto de interesse maior a Blue Lagoon – pena estar esta piscina azul tão cheia de gente e de cadeiras encavalitadas nas rochas num dia meio enevoado de Outubro, que mais parecia estarmos em Agosto. E havíamos de regressar à ilha principal, onde demos uma espreitadela a Sliema, do lado de lá de Valletta, e a St. Julian e Paceville, o centro da animação nocturna, e visitámos Mosta, cidade que tem uma igreja tamanho XL, a Mosta Dome, com uma história peculiar, que muitos consideram um milagre. Em Abril de 1942, quando no seu interior se encontravam cerca de 300 pessoas que se abrigavam dos bombardeamentos alemães, uma bomba, cuja réplica pode agora ser vista na sacristia, destruiu parte da cúpula sem chegar a explodir. 














Os últimos dias foram passados em Birgù, cidade dominada pelo Forte St. Ângelo (data do século IX e é provavelmente a fortificação mais antiga) e que já tínhamos visto iluminada por milhares de velas no início da viagem, durante a Birgù Fest, que acontece todos os anos no segundo fim de semana de Outubro. Foi em Birgù que os cavaleiros da Ordem se instalaram em 1530, depois de terem trocado a ilha de Rodes pela ilha de Malta. Nós instalámo-nos por lá na Casa Cara, um apartamento em duplex e com um terraço comum com uma vista capaz de me fazer voltar a Malta. Talvez o faça num primeiro sábado de Outubro (em 2023 será no dia 7),  altura em que se realiza em Valletta o festival Notte Bianca, durante o qual edifícios governamentais, museus e ruas acolhem exposições, peças de teatro e concertos.










A Ryanair voa geralmente de Lisboa e Porto para o Aeroporto Internacional de Malta, o único do arquipélago e localizado em Luqa, a cinco quilómetros de Valletta (que em maltês se chama Il-Belt). Mas em Outubro não havia voos directos de Lisboa, pelo que foi esta viagem feita pela mesma companhia mas a partir de Sevilha, com um custo de 147 euros ida e volta por pessoa, incluindo uma mala de cabine até 10 quilos e uma mochila com tamanho para ser guardada debaixo do banco da frente. O carro levado de Portugal ficou estacionado num dos parques em redor do aeroporto por uma tarifa low cost.


É possível visitar Malta, a ilha principal, que tem 27 por 14,5 quilómetros, a partir de um único alojamento. E este poderá ter localização em Valletta (onde os preços tendem a ser mais elevados), numa das Três Cidades (todas tranquilas), em Sliema (muito construída, muito turística), em St. Julian (onde abundam bares e discotecas) ou em Rabat, às portas de Mdina, no centro da ilha (onde a calma é garantida). Nós optámos por dividir os 12 dias por quatro alojamentos, entre Malta e Gozo: quatro noites num apartamento para três, com dois quartos e uma sala, em Valletta (516 euros), uma noite no Maleth Inn, na Museum Road em Rabat, às portas de Mdina (quarto familiar em duplex, com kitchenette, por 100,88 euros), três noites no DGolden Valley Boutique em Xagħra, Gozo (322 euros com pequeno almoço, quatro pequenas piscinas exteriores e boa vista) e três noites na Casa Cara em Birgù (328 euros para um apartamento em duplex com kitchenette). Reserva para Valletta feita no Airbnb, as restantes no Booking.


A Gozo chega-se de ferry a partir do porto de Cirkewwa, com a Gozo Channel Company (cerca de uma hora de trajecto; bilhetes, que só se pagam no regresso, a 4,65 euros por passageiro e a 15,70 para um carro e condutor). Para Comino, há ligações a partir de Mgarr, em Gozo, asseguradas por várias companhias (bilhetes a 10 euros por passageiro com a Bella Comino Ferry), ou de  Cirkewwa, em Malta, com a Comino Ferries Co-Op (bilhetes a 13 euros por adulto). 


O que comer em Malta? E onde? Pizzas e pastas, que abundam devido à proximidade com Itália, ou iguarias locais como os pastizzi, uns pastéis que podem ser de azeitona, carne ou anchovas, coelho (ou fenek, o prato local mais famoso), lampuki, nome maltês para um peixe cuja época vai de final de Agosto a final de Dezembro, ou aljotta, a sopa de peixe maltesa. O Ocean Basket (serviu para matar saudades da cadeia sul africana, que tem na ementa sushi e mistos de marisco e de peixe frito) e o San Paolo Naufrago (onde a esplanada encavalitada nas escadas da St. Lucia's Street e o ambiente compensaram a falta de sal na massa), em Valleta, o Carmen's Bar, em Ghar Lapsi (mais informações ou reservas aqui), o Ferretti, em Qajjenza,  logo a seguir a Marsaxlokk e cheio de famílias maltesas bem vestidas  a comemorar aniversários num almoço de domingo (e a música dos parabéns a tocar umas quatro ou cinco vezes), ou o Al Sale, no 39 da Victory Square, em Xaghra, Gozo (página no Facebook aqui), foram alguns dos restaurantes visitados.


E quando ir a Malta? No que diz respeito ao tempo, em qualquer altura do ano, sendo que no Verão o calor é geralmente intenso e há (ainda mais) abundância de turistas, no Inverno as temperaturas mínimas médias não descem abaixo dos 10 graus e nos meses de Maio, Junho ou Outubro há menos confusão e as temperaturas permitem geralmente gozar o mar em volta. No que diz respeito a eventos, como a Birgù Fest ou a Notte Bianca em Valletta, é só consultar os sites Visit Malta e Festivals Malta ou a revista trimestral Encore Arts and Culture Magazine (disponível no Turismo em Malta ou aqui para download).


Alugar carro ou usar transportes públicos é uma discussão frequente quando o tema é viajar para Malta. Há quem prefira não arriscar na condução "à inglesa" ou usufruir dos bons preços e da eficácia da rede de transportes (ver todas as informações e opções aqui). E há quem valorize a autonomia que um carro dá e ache que os transportes não chegam a todo o lado e a qualquer hora. Nós escolhemos alugar carro para toda a estadia e a reserva feita através do Booking custou 235 euros, 19,50 por dia.


Comprar ou não comprar bilhetes para ver o Hipogeu de Hal Saflieni é outra das decisões a tomar. Saibam os interessados que não é grande a parte que se pode visitar, que a visita é cronometrada e tem a duração de cerca de 50 minutos, com filme inicial incluído, que é proibido fotografar e que os bilhetes custam 35 euros por adulto se comprados com antecedência (no dia 6 de Outubro já só havia disponibilidade para 5 de Novembro) ou 50 se comprados em cima da hora para as visitas das 12h e das 16h (reservas aqui, para um limite de 80 pessoas por dia). Saibam também que as  Catacumbas de São Paulo, que têm mais de 30 hipogeus e onde não há restrições de tempo ou no que respeita a fotografar, custam 6 euros por adulto (mais informações e reserva aqui).


A Co-Catedral de São João, em Valletta, está aberta de segunda a sábado das 9h às 16h45 (última entrada às 16h15). Os bilhetes custam 15 euros para adultos e 12 para estudantes e maiores de 65 e a entrada é gratuita até aos 12.


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