Lisboa: que comece o ano do galo

Este ano, troquei o colorido desfile matinal que abre habitualmente as festividades do Ano Novo Chinês em Lisboa por uma visita à exposição de Amadeo de Souza-Cardoso no Museu Nacional no Chiado, pelo que o momento alto da festa (ou baixo, se tivermos em conta que  teve lugar mesmo junto ao chão), só aconteceu para mim à tarde. E foi na tenda de massagens da Terra Heal, instalada no centro do Martim Moniz, que vivi, deitada num colchão, um momento de quase puro relax - só perturbado pelo frio e embalado pelo barulho das várias actuações que iam acontecendo no palco montado ali perto.
Antes da massagem terapêutica - que foi feita ora com as mãos, ora com os pés, ora com os cotovelos, -, foi tempo de regressar ao Mi Dai, um restaurante chinês muito simples localizado no número 7 da Calçada da Mouraria e que à porta não tem qualquer nome nem nada que o identifique como tal. E como no ano passado ali me deliciei com umas beringelas roxas (feitas com molho de soja, feijão, carne picada e talvez mais alguma coisa que não consigo identificar) e um entrecosto frito partido aos pedacinhos repito de novo o pedido, juntando-lhe ainda uma carne de porco com feijões e uma dose de rebentos de bambu (e estes, ao contrário das beringelas, não ficarão para a história). Tudo acompanhado de uma cerveja chinesa, pois claro.
No final da tarde, quase a escurecer, abasteci-me de caril e de pausinhos de incenso com cheiro a limão numa loja indiana que fica no primeiro andar de um dos centros comerciais do Martim Moniz. E no final subi ao Topo, no sexto andar do mesmo edifício, não para beber um copo - há-de ficar lá mais para a Primavera - mas para ver a vista sobre a Mouraria, o castelo e a praça ontem cheia de gente e de balões vermelhos. E para o ano há mais.
A festa de ano novo, também chamada de Festival da Primavera, é a festa mais importante do povo chinês e tem lugar de forma organizada em mais de 140 países e em cerca de 400 cidades. Em 2018 há-de regressar ao Martim Moniz pela quinta vez.










A exposição Amadeo de Souza Cardoso 2016 - 1916 pode ser vista no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado até 26 de Fevereiro (entrada pelo número 13 da Rua Capelo). Composta por 81 obras (52 pertencentes a instituições públicas, 29 a colecções privadas), pretende assinalar os 100 anos das exposições (muito polémicas) que Amadeo realizou no Porto (no Jardim Passos Manuel) e em Lisboa, em 1916. E sobre a de Lisboa escreveu Almada Negreiros no manifesto de apoio à exposição distribuído pelos cafés da cidade: "A descoberta do caminho marítimo prá Índia é menos importante do que a exposição de Amadeo de Sousa-Cardoso na Liga Naval de Lisboa." Mais informações: 213432148 ou no site.

O restaurante Mi Dai, com cinco estrelas dadas pela Time Out e considerado pelo Observador como um dos melhores restaurantes chineses de Lisboa (se bem que despojado de qualquer conforto ou decoração), tem pratos a rondar os cinco euros e uma vitrina onde se podem escolher os ingredientes a confeccionar. Na "cantina chinesa", como também é conhecido, não há menus, apenas uma carta muito pequenina (e acho que escrita à mão) colocada num canto do balcão.

A tenda da Terra Heal, onde podem ser feitas massagens terapêuticas a todas as partes do corpo (da cabeça aos dedos dos pés), de relax (para aliviar o stress e reduzir a fadiga) ou aos pés (através da activação de 36 pontos energéticos), está aberta todos os dias das 11h às 21h (ou até às 22h). Não é necessário reserva prévia, pelo que é só chegar e escolher a modalidade e o tempo que se pretende. Os preços são de 15 euros para 20 minutos, 25 para 40 e 40 para uma hora. Mais informações: 916828876 ou no site.

A loja indiana Spice Rack, que vende especiarias, leguminosas e molhos de toda a espécie (adoro os sacos com paus de canela gigantes, bons para usar numa sangria), fica no primeiro andar do centro comercial localizado do lado esquerdo da praça (quando estamos virados para a Rua da Palma). Mais informações: 218863371.

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