Desconfinando por aí: à boleia no coco Rascasso

António Mariano, 67 anos, carpinteiro de profissão e pescador amador desde os cinco (iniciou-se na companhia de um tio), deu-me boleia para uma ida à pesca do polvo em Janeiro de 2015, para o trabalho final do curso de Iniciação à Fotografia (reportagem aqui). Agora, que precisava de fazer uma série de retratos para a formação em Fotojornalismo e Direitos de Autor, voltou a posar para a câmara. 
A época é de defeso para o polvo (vai até final de Agosto), mas António levou-me no seu coco, que é como na pesca se chama ao barco auxiliar, até ao Rascasso, o barco de 4,8 metros que tem ancorado na Praia dos Pescadores, em Paço de Arcos. É o seu quarto barco em fibra de vidro, sendo que antes disso construiu três em madeira, que foi usando e acabou por vender.
No Rascasso, assim chamado por inspiração num peixe venenoso mas que com algum cuidado se pode comer, ficámos à conversa sobre os sete meses de tropa que António passou em Angola como motorista (em 1975, altura em que chegou a pescar carapaus à linha na baía de Luanda) ou sobre as suas preocupações com o cumprimento das regras para evitar a fiscalização e as multas da Polícia Marítima, da GNR ou da Guarda Civil: os polvos só podem ser apanhados com mais de 750 gramas e as piteiras (ou armadilhas) mais agressivas não podem ser usadas. 

















[Reportagem para o curso de Fotojornalismo e Direitos de Autor, Cenjor - Centro Protocolar de Formação para Jornalistas, realizado via zoom em tempo de pandemia]


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