Murais de Malangatana restaurados em Maputo

O mural de Malangatana O Homem e a Natureza, pintado entre 1977 e 1979 no exterior do Museu de História Natural de Maputo, foi-me servindo, durante as estadias em Moçambique, de fundo para fotografar os amigos de visita a África. Leio agora a notícia de que foi ontem reinaugurado, depois de uma obra de restauro, numa acção conjunta dos governos de Moçambique, Portugal e Alemanha. Foi igualmente reabilitado o mural de Malangatana que se encontra no Centro de Estudos Africanos no campus da Universidade Eduardo Mondlane e que não cheguei a conhecer – falha só compensada por ter tido a oportunidade de contemplar, durante o registo de uma união, a obra que se encontra no Palácio dos Casamentos. 
Mutxini Malangatana, filho do artista, esteve presente na cerimónia de reinauguração, onde disse que uma das suas missões de vida é a conservação das obras do pai. Mutxini referiu ainda a "feliz coincidência" de uma exposição com 40 pinturas e desenhos de Malangatana ter sido inaugurada também ontem no Instituto de Arte de Chicago, nos EUA, onde pode ser vista até 16 de Novembro (mais informações aqui).
Malangatana Valente Ngwenya (Moçambique, 1938, Portugal, 2011), que para além de pioneiro da arte moderna moçambicana e figura fundamental da associação Núcleo de Arte, foi também apanhador de bolas no clube de ténis de Maputo (o que lhe permitiu continuar a estudar e a receber de presente de um dos sócios os primeiros materiais de pintura), poeta e deputado da Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique, tem murais em Maputo e na cidade da Beira, nas vizinhas África do Sul e ex-Suazilândia (agora Reino de Eswatini) e em países como a Colômbia ou a Suécia. Em Portugal, onde morreu, foi agraciado com a medalha Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.






O Homem e a Natureza, Maputo, Novembro de 2017



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