Regresso a Genebra
"O que eu fiz contigo nunca nenhum suíço fez comigo desde que há três anos me mudei para Genebra", desabafava uma irlandesa há mais de duas décadas, referindo-se ao facto de me ter convidado para jantar em sua casa e classificando assim a simpatia (e também o gosto por conviver com os amigos) dos habitantes da cidade que nessa altura era a sua. Estávamos no Inverno de 1993, ou talvez já no início da Primavera, e eu estava "obrigada", por compromissos de um estágio curricular, a passar um mês e meio à beira do lago Leman. Não sei se por causa das baixas temperaturas, se por achar que à cidade faltava vida, as minhas recordações sobre Genebra como que congelaram um pouco. Lembro-me que os pontos altos dessa estadia têm todos a ver com programas fora de Genebra e mesmo da Suíça: duas viagens de comboio a Milão e a Veneza e uma viagem de carro à cidade francesa de Chamonix-Mont Blanc, com subida de teleférico à Aiguille du Midi - isto, claro, antes da abertura do mediático Skywalk.
Agora, que estou prestes a regressar, desta vez "obrigada" por um encontro familiar, estou decidida a olhar de novo para a cidade. E preparo a deslocação pedindo dicas no grupo dos Portugueses em Viagem no Facebook. Alguém me responde com uma lista dos lugares que não se podem deixar de visitar numa viagem a Genebra: percorrer as ruelas à volta da Place du Boug-de-Four, subir à torre da catedral de Saint Pierre, visitar o número 40 da Grand-Rue, onde nasceu Jean-Jacques Rousseau, passear junto ao relógio florido no Jardin Anglais, contemplar o célebre Jet d'Eau. E também a Lausana, cidade a cerca de 50 quilómetros de Genebra e deserta num domingo de manhã quando por lá passei: a Catedral de Notre Dame, de fachada gótica, o castelo de Saint Maire ou o Musée de l' Art Brut, que apresenta uma colecção de obras criadas por analfabetos ou por pessoas com problemas mentais e que ganhou a preferência dos viajantes do Tripadvisor em 2013.
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