Kosi Bay: a natureza em estado quase puro
Do lado de lá da fronteira mais a sul de Moçambique com a África do Sul existe uma verdadeira maravilha da natureza: os quatro lagos de Kosi Bay, classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade e parte do iSimangaliso Wetland Park.
Navegamos por ali, quase no final da viagem que nos levou à província de Kuazulu Natal, na companhia de Thulani, trinta e poucos anos, quatro filhos e um sorriso fácil. Thulani, que realiza passeios de barco para os turistas e viajantes alojados no Kosi Bay Lodge, mora na imensa duna coberta de vegetação, entre os lagos e o oceano Índico, e demora duas horas e meia a chegar a casa. Mas não consegue regressar nos dias em que trabalha até mais tarde. Nessas alturas, ao caminho longo junta-se o risco de encontrar um crocodilo ou um hipopótamo que ande fora de água em busca de alimento.
O nosso guia tem duas filhas que se deslocam de táxi para a escola (imagino que num táxi-barco, uma vez que por ali há apenas lagos e oceano e alguns caminhos de areia e não estradas) e um irmão com quem nos cruzamos e nos cumprimenta enquanto cuida da armadilha de pesca da família (todas as famílias que habitam na duna, e pelas suas contas serão umas 80, têm engenhos de pesca instalados por ali). Também nos cruzamos com o seu filho mais novo, um pouco mais adiante, na companhia de um primo e com a água pelo pescoço. Tem encontro marcado com o pai à beira lago para lhe entregar um saco com roupa. Nessa noite, tal como na anterior, Thulani não regressará a casa.
Passamos do segundo para o terceiro lago por um longo e estreito canal (o Mthando) e pelo caminho vemos cardumes de peixes, algumas aves (uma águia pesqueira posa para a foto) e estudantes que regressam da escola e que atam uma pequena jangada de madeira ao único barco que passa por nós para encurtarem caminho. Parece-nos estranho que tanta gente more por ali, em casas que não chegamos a ver e no meio de tanta natureza.
O condutor da nossa embarcação gosta de falar. E já em terra mostra-nos as marcas de pegadas de hipopótamos, a árvore e os frutos dos quais se faz a Amarula (um licor sul africano semelhante ao irlandês Baileys), outras árvores e outros frutos. E chegamos ao Kosi Bay Lodge, onde nos espera mais um jantar a horas mais de lanche. Pelo que pelas oito e tal estamos prontos para recolher às nossas casas de madeira (são duas para quatro), que nessa noite vamos partilhar com algumas osgas, uma ou outra borboleta e outros pequenos insectos.
Depois de ter viajado pelos lagos de Kosi Bay no Google Earth (onde parecem de uma profundidade assustadora), a viagem no terreno não deixou de impressionar ainda mais. Kosi Bay, apesar da sensação de fim de mundo (ou mesmo por causa dela), vale bem um desvio de quem anda pela região. Pela natureza em estado quase puro, pela calma e tranquilidade do local.
Para o dia seguinte, e já a caminho de Moçambique, ficou reservada a ida a Kosi Bay Mouth, onde termina o estuário e começa o oceano. A praia é de areia clara mas o mar tem tubarões - e nenhuma barreira que proteja quem se faz ao mar. Pelo que é mais pela paisagem do que pelos banhos que ali se vai.
Navegamos por ali, quase no final da viagem que nos levou à província de Kuazulu Natal, na companhia de Thulani, trinta e poucos anos, quatro filhos e um sorriso fácil. Thulani, que realiza passeios de barco para os turistas e viajantes alojados no Kosi Bay Lodge, mora na imensa duna coberta de vegetação, entre os lagos e o oceano Índico, e demora duas horas e meia a chegar a casa. Mas não consegue regressar nos dias em que trabalha até mais tarde. Nessas alturas, ao caminho longo junta-se o risco de encontrar um crocodilo ou um hipopótamo que ande fora de água em busca de alimento.
O nosso guia tem duas filhas que se deslocam de táxi para a escola (imagino que num táxi-barco, uma vez que por ali há apenas lagos e oceano e alguns caminhos de areia e não estradas) e um irmão com quem nos cruzamos e nos cumprimenta enquanto cuida da armadilha de pesca da família (todas as famílias que habitam na duna, e pelas suas contas serão umas 80, têm engenhos de pesca instalados por ali). Também nos cruzamos com o seu filho mais novo, um pouco mais adiante, na companhia de um primo e com a água pelo pescoço. Tem encontro marcado com o pai à beira lago para lhe entregar um saco com roupa. Nessa noite, tal como na anterior, Thulani não regressará a casa.
Passamos do segundo para o terceiro lago por um longo e estreito canal (o Mthando) e pelo caminho vemos cardumes de peixes, algumas aves (uma águia pesqueira posa para a foto) e estudantes que regressam da escola e que atam uma pequena jangada de madeira ao único barco que passa por nós para encurtarem caminho. Parece-nos estranho que tanta gente more por ali, em casas que não chegamos a ver e no meio de tanta natureza.
O condutor da nossa embarcação gosta de falar. E já em terra mostra-nos as marcas de pegadas de hipopótamos, a árvore e os frutos dos quais se faz a Amarula (um licor sul africano semelhante ao irlandês Baileys), outras árvores e outros frutos. E chegamos ao Kosi Bay Lodge, onde nos espera mais um jantar a horas mais de lanche. Pelo que pelas oito e tal estamos prontos para recolher às nossas casas de madeira (são duas para quatro), que nessa noite vamos partilhar com algumas osgas, uma ou outra borboleta e outros pequenos insectos.
Depois de ter viajado pelos lagos de Kosi Bay no Google Earth (onde parecem de uma profundidade assustadora), a viagem no terreno não deixou de impressionar ainda mais. Kosi Bay, apesar da sensação de fim de mundo (ou mesmo por causa dela), vale bem um desvio de quem anda pela região. Pela natureza em estado quase puro, pela calma e tranquilidade do local.
Para o dia seguinte, e já a caminho de Moçambique, ficou reservada a ida a Kosi Bay Mouth, onde termina o estuário e começa o oceano. A praia é de areia clara mas o mar tem tubarões - e nenhuma barreira que proteja quem se faz ao mar. Pelo que é mais pela paisagem do que pelos banhos que ali se vai.
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