Stellenbosch: um brinde em Rust en Vrede
Os arredores da Cidade do Cabo têm inúmeros motivos de interesse para os viajantes, assim haja tempo para os descobrir. Depois de na primeira viagem, realizada entre o final de 2013 e o início de 2014, ter percorrido a Península do Cabo, com destaque para o jardim botânico de Kirstenbosch (aqui), a quinta de produção de vinho Groot Constantia (aqui), a pequena cidade de Hout Bay e a estrada de muitas curvas que se lhe segue para quem vai para Sul, os pinguins do Boulders National Park (e aqui estão eles) e o Cabo da Boa Esperança (mítico mas em termos de paisagem menos espectacular do que Cape Point, ali perto), dediquei agora um dia à região dos vinhedos.
E do Cabo, pela R304, são cerca de 40 quilómetros até Stellenbosch (saída 39), o primeiro destino da nossa Rota dos Vinhos. Stellenbosch, a segunda colónia europeia mais antiga na África do Sul, depois da Cidade do Cabo, foi fundada em 1669 pelo Governador Simon Van Der Stel. Depois de ter sobrevivido a vários incêndios (em 1710, em 1763, em 1875), é hoje uma cidade tranquila e ao mesmo tempo animada pelos muitos estudantes que frequentam a universidade fundada em 1866.
Carro estacionado junto ao Braak, o centro da cidade e uma grande praça relvada utilizada em tempos para as paradas militares (e também para juntar a população em caso de emergência), percorremos a pé a Dorp Street. Tem esta rua algumas das casas mais interessantes, com destaque para a Schreuderhuis, que integra o Museu da Cidade, e considerada a mais antiga do país, ou para o Stellenbosch Hotel, de 1876. E tem no número 84 uma loja de 1904, a Oom Samie se Winkel, imperdível não tanto para fazer compras mas mais para dar uma espreitadela. Ali se vendem meias de senhora, peixe seco, casacos, especiarias, chapéus, chás, frutos secos, bibelots vários ou bengalas com uma campainha do género das que têm as bicicletas (que apetece tocar apesar do aviso que pede para não o fazer).
Mas as propriedades vinícolas - mais de 100 nos arredores, muitas delas localizadas entre montanhas e vales - são a principal atracção de Stellenbosch. A que fica mais perto do centro da cidade, a uns quinze minutos a andar, é a Die Bergkelder (tem visitas de uma hora e uma prova de cinco vinhos por 45 rands, menos de 3 euros, com reserva prévia). Nós seguimos em frente e acabamos por escolher a Rust en Vrede, fundada há 321 anos, talvez por ter lido que os seus vinhos foram os primeiros sul-africanos a entrar para o ranking dos 100 melhores do mundo (em 2000) ou que Nelson Mandela escolheu um dos seus tintos para o jantar de entrega do Prémio Nobel em Oslo (em 1996).
A Rust en Vrede (chega-se lá pela R44, virando à esquerda na Annandale Road) tem um enquadramento belíssimo, um restaurante afamado e premiado, de inspiração francesa, que funciona para jantares de terça a sábado (há quatro menus disponíveis, de 620 a 2000 rands), um restaurante mais acessível para almoços com dois pratos disponíveis (um bife servido com um copo de Estate Vineyards Syrah e um salmão da Noruega com um belo branco Donliesbaai Steen), provas de vinhos de segunda a sábado (das 9h às 17h) e vinhas rodeadas de rosas vermelhas (e são as rosas, por serem mais frágeis do que as vinhas, que alertam para a chegada de eventuais pragas). Antes de seguir viagem para Franschhoek compro algum do vinho produzido localmente - e fico-me por quatro garrafas, as que posso transportar na bagagem, pois é cara a opção de receber mais tarde o vinho em casa (serviço disponível para qualquer país da Europa).
Franschhoek (site oficial aqui), pequena aldeia rodeada de montanhas, foi o local escolhido pelos protestantes franceses que fugiram de França no século XVII (ficaram conhecidos como hungenots) para se instalarem e plantarem os pés de vinha que tinham transportado consigo. Dando assim origem à produção de vinho que põe hoje a África do Sul no ranking dos dez maiores produtores do mundo. E Franschhoek, onde no Hungenot Memorial Museum se conta a história desses franceses ali chegados em 1688, concentra-se à volta da Main Street. É ali, num quiosque, que se vendem os bilhetes para o Wine Tram, um misto de comboio e pequeno autocarro que funciona em sistema hop-on hop-off e que percorre as vinhas e adegas do vale ao longo de todo o dia (bilhetes a 200 rands, cerca de 12 euros). Pena não termos tido um dia adicional para embarcar nessa viagem.
E do Cabo, pela R304, são cerca de 40 quilómetros até Stellenbosch (saída 39), o primeiro destino da nossa Rota dos Vinhos. Stellenbosch, a segunda colónia europeia mais antiga na África do Sul, depois da Cidade do Cabo, foi fundada em 1669 pelo Governador Simon Van Der Stel. Depois de ter sobrevivido a vários incêndios (em 1710, em 1763, em 1875), é hoje uma cidade tranquila e ao mesmo tempo animada pelos muitos estudantes que frequentam a universidade fundada em 1866.
Carro estacionado junto ao Braak, o centro da cidade e uma grande praça relvada utilizada em tempos para as paradas militares (e também para juntar a população em caso de emergência), percorremos a pé a Dorp Street. Tem esta rua algumas das casas mais interessantes, com destaque para a Schreuderhuis, que integra o Museu da Cidade, e considerada a mais antiga do país, ou para o Stellenbosch Hotel, de 1876. E tem no número 84 uma loja de 1904, a Oom Samie se Winkel, imperdível não tanto para fazer compras mas mais para dar uma espreitadela. Ali se vendem meias de senhora, peixe seco, casacos, especiarias, chapéus, chás, frutos secos, bibelots vários ou bengalas com uma campainha do género das que têm as bicicletas (que apetece tocar apesar do aviso que pede para não o fazer).
Mas as propriedades vinícolas - mais de 100 nos arredores, muitas delas localizadas entre montanhas e vales - são a principal atracção de Stellenbosch. A que fica mais perto do centro da cidade, a uns quinze minutos a andar, é a Die Bergkelder (tem visitas de uma hora e uma prova de cinco vinhos por 45 rands, menos de 3 euros, com reserva prévia). Nós seguimos em frente e acabamos por escolher a Rust en Vrede, fundada há 321 anos, talvez por ter lido que os seus vinhos foram os primeiros sul-africanos a entrar para o ranking dos 100 melhores do mundo (em 2000) ou que Nelson Mandela escolheu um dos seus tintos para o jantar de entrega do Prémio Nobel em Oslo (em 1996).
A Rust en Vrede (chega-se lá pela R44, virando à esquerda na Annandale Road) tem um enquadramento belíssimo, um restaurante afamado e premiado, de inspiração francesa, que funciona para jantares de terça a sábado (há quatro menus disponíveis, de 620 a 2000 rands), um restaurante mais acessível para almoços com dois pratos disponíveis (um bife servido com um copo de Estate Vineyards Syrah e um salmão da Noruega com um belo branco Donliesbaai Steen), provas de vinhos de segunda a sábado (das 9h às 17h) e vinhas rodeadas de rosas vermelhas (e são as rosas, por serem mais frágeis do que as vinhas, que alertam para a chegada de eventuais pragas). Antes de seguir viagem para Franschhoek compro algum do vinho produzido localmente - e fico-me por quatro garrafas, as que posso transportar na bagagem, pois é cara a opção de receber mais tarde o vinho em casa (serviço disponível para qualquer país da Europa).
Franschhoek (site oficial aqui), pequena aldeia rodeada de montanhas, foi o local escolhido pelos protestantes franceses que fugiram de França no século XVII (ficaram conhecidos como hungenots) para se instalarem e plantarem os pés de vinha que tinham transportado consigo. Dando assim origem à produção de vinho que põe hoje a África do Sul no ranking dos dez maiores produtores do mundo. E Franschhoek, onde no Hungenot Memorial Museum se conta a história desses franceses ali chegados em 1688, concentra-se à volta da Main Street. É ali, num quiosque, que se vendem os bilhetes para o Wine Tram, um misto de comboio e pequeno autocarro que funciona em sistema hop-on hop-off e que percorre as vinhas e adegas do vale ao longo de todo o dia (bilhetes a 200 rands, cerca de 12 euros). Pena não termos tido um dia adicional para embarcar nessa viagem.
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