Moçambique: fita cortada na Ponte Maputo – Katembe

Não estava em Moçambique a 10 de Novembro último, data do 131º aniversário de Maputo como cidade e um "dia ímpar", nas palavras do Presidente Filipe Jacinto Nyusi, na História do país. Foi essa a data escolhida para inaugurar, quatro anos após o início da construção, a maior ponte suspensa de África e o maior investimento numa infraestrutura após a independência. Mas estava lá uns dias depois e não podia deixar de estrear a ponte que liga agora as duas margens da baía, uma alternativa  rápida ao sempre congestionado e muito demorado ferry ou aos mais pequenos mapapaias, que só transportam passageiros.
A ideia inicial era passar a Ponte Maputo – Katembe rumo a um fim-de-semana na Ponta do Ouro, cuja nova estrada de acesso está também incluída no pacote de investimento de 785 milhões de dólares feito pelo Exim Bank of China, um empréstimo a 20 anos que Moçambique deverá começar a pagar em 2019. Compromissos em Maputo fizeram, no entanto, com que a viagem de ida e volta fosse rápida. E por um motivo que já é uma consequência da nova travessia: assistir à benção de um terreno em pleno mato, onde deverão nascer mais de 200 habitações, entre moradias e prédios de três andares, construídas por uma cooperativa de trabalhadores bancários. Ali perto, com acesso pela futura Avenida Metical, agora só possível de ser percorrida em 4x4, está previsto ser construída a Cidadela Parlamentar e as futuras instalações da Assembleia da República, cujas obras chegaram a ter arranque previsto para 2011.
No discurso da inauguração da "majestosa" ponte, um projecto da China Road and Bridge Corporation feito com a mão-de-obra de 3800 moçambicanos, 450 chineses e 50 engenheiros e consultores gregos, russos, ingleses e alemães, o Presidente da República destacou a oportunidade única de iniciar na Katembe, que tem até agora construções dispersas e uma baixa densidade populacional, "uma nova cidade", a "cidade do futuro". E depois de referir que a ponte irá permitir também a "explosão do eco-turismo e do turismo de praia e de lazer", o Presidente alertou ainda as autoridades para que redobrem a vigilância sobre potenciais investidores e sobre os "desonestos", de modo a evitar a especulação de terra.
Um mês após a abertura, a nova ponte, que já foi atravessava por pelo menos 135 mil viaturas, tem sido notícia por algumas práticas não recomendáveis identificadas pela empresa Maputo Sul, como o aproveitamento da infraestrutura para fazer fotografias e selfies ou automobilistas que fazem inversão de marcha antes de pagar a portagem. Eu paguei 160 meticais (cerca de 2,30) para cada lado e apenas a fotografei com o carro em andamento.













Comentários

Mensagens populares