Moçambique: regresso à EN1 e um concerto particular em Xai-Xai
Tenho um fraquinho pela música Cucurrucucu Paloma, que o brasileiro Caetano Veloso canta no filme Hable con Ella e que o português António Zambujo volta e meia apresenta nos concertos. E recentemente ouvi-a num sítio improvável, durante um almoço no Pescador, na praia de Xai-Xai, província de Gaza. Não havia mais ninguém no restaurante, só eu, entretida com duas lagostas e uma cerveja, dois ou três empregados e um músico que cantava e discursava como se tivesse casa cheia, ensaiando o espectáculo que daria quando chegassem os turistas do fim-de-semana alargado, graças ao Dia da Mulher Moçambicana, feriado nacional.
Fiquei por ali à conversa com Sebastião, um dos empregados, solteiro e sem filhos, enquanto a banda sonora mudava para a Casa da Mariquinhas em versão moçambicana. Falámos um pouco sobre a História e a situação do país, sobre os salários baixos e a alta taxa de natalidade ou a prática do lobolo (dote) nos casamentos, que continua actual mas ele acha antiquada. O que não pode estar mais de acordo com o espírito do Hino da Mulher Moçambicana (leio algures que após a independência se cantava nas escolas ou nos congressos da FRELIMO): "Cantemos com alegria o 7 de Abril, O dia consagrado à Mulher Moçambicana, Companheira inseparável do homem engajado (...), Lutando com firmeza contra as ideias velhas, Ignorância, obscurantismo, poligamia ou lobolo (...)".
Depois do inusitado concerto particular e de uma noite de chuva em Xai-Xai, era altura de regressar à Estrada Nacional 1 (Vilanculos seria de novo o destino final), mas não sem antes dar uma vista de olhos ao hotel desenhado por Pancho Guedes, agora em ruínas, tal como o velho e grande Hotel de Chongoene, ali perto. Para trás ficou a placa de boas vindas à entrada de Xai-Xai, que em plena Páscoa desejava aos visitantes um "Feliz Natal e um próspero ano novo", um homem que bebia água, com as mãos, de uma poça à beira da estrada e a indicação que faltavam 1167 quilómetros para a cidade da Beira, recentemente destruída pelo ciclone Idai.
O Reef Resort é uma das opções de alojamento na praia de Xai-Xai. Tem casas com dois e três quartos e nomes como Raio de Sol, Farol, Golfinho ou Palmeira, um restaurante, o Pescador, aberto para hóspedes e outros visitantes, e actividades como pesca desportiva, observação de baleias (no Inverno) e passeios ao hotel fantasma de Chongoene ou ao Mercado Central do Limpopo, em Xai-Xai, onde vale a pena ver as bancas de capulanas. Mais informaçoes e reservas: lize@gobundo.com ou 0027 282549193.
Fiquei por ali à conversa com Sebastião, um dos empregados, solteiro e sem filhos, enquanto a banda sonora mudava para a Casa da Mariquinhas em versão moçambicana. Falámos um pouco sobre a História e a situação do país, sobre os salários baixos e a alta taxa de natalidade ou a prática do lobolo (dote) nos casamentos, que continua actual mas ele acha antiquada. O que não pode estar mais de acordo com o espírito do Hino da Mulher Moçambicana (leio algures que após a independência se cantava nas escolas ou nos congressos da FRELIMO): "Cantemos com alegria o 7 de Abril, O dia consagrado à Mulher Moçambicana, Companheira inseparável do homem engajado (...), Lutando com firmeza contra as ideias velhas, Ignorância, obscurantismo, poligamia ou lobolo (...)".
Depois do inusitado concerto particular e de uma noite de chuva em Xai-Xai, era altura de regressar à Estrada Nacional 1 (Vilanculos seria de novo o destino final), mas não sem antes dar uma vista de olhos ao hotel desenhado por Pancho Guedes, agora em ruínas, tal como o velho e grande Hotel de Chongoene, ali perto. Para trás ficou a placa de boas vindas à entrada de Xai-Xai, que em plena Páscoa desejava aos visitantes um "Feliz Natal e um próspero ano novo", um homem que bebia água, com as mãos, de uma poça à beira da estrada e a indicação que faltavam 1167 quilómetros para a cidade da Beira, recentemente destruída pelo ciclone Idai.
O Reef Resort é uma das opções de alojamento na praia de Xai-Xai. Tem casas com dois e três quartos e nomes como Raio de Sol, Farol, Golfinho ou Palmeira, um restaurante, o Pescador, aberto para hóspedes e outros visitantes, e actividades como pesca desportiva, observação de baleias (no Inverno) e passeios ao hotel fantasma de Chongoene ou ao Mercado Central do Limpopo, em Xai-Xai, onde vale a pena ver as bancas de capulanas. Mais informaçoes e reservas: lize@gobundo.com ou 0027 282549193.
Bonito Dra. HM. Ainda me recordo - quando muito jovem - de ir passar férias ao Hotel de Chonguene (antes de ser corcomido, penosamente, pela maré). Ao tempo, uma grande atração. Eram os dias mais esperados de todo ano.
ResponderEliminar