Fotografias de Moira Forjaz e Mauro Pinto em exposição em Portugal

Nas comemorações dos 200 anos da Ilha de Moçambique, em Setembro de 2018, o renovado edifício da Alfânfega recebeu a exposição Ilhéus, de Moira Forjaz, um conjunto de retratos dos habitantes mais velhos da que foi a primeira capital do país. E a então novissíma Galeria Villa Sands apresentou na sua colecção inaugural algumas fotografias da série Blackmoney, de Mauro Pinto. Agora, obras da fotógrafa nascida no Zimbabué (em Bulaway, em 1942) e que depois de viver em Lisboa, Nova Iorque, Suazilândia ou Maputo fez em 2012 da Ilha a sua casa, e do artista nascido em Moçambique (Maputo, 1974) podem ser vistas em Portugal.
Mauro Pinto, que venceu em 2012 a oitava edição do Bes Photo com a série Dá Licença, sobre o bairro da Mafalala, em Maputo, e que no ano passado representou Moçambique na Bienal de Veneza, está em Lisboa, na Galeria 111, com 17 fotografias feitas nas minas de carvão de Tete, no norte do país. Um trabalho que é, nas palavras do curador João Silvério, "uma chamada de atenção para o valor da força de trabalho humano, que nos confronta ao observarmos figuras e fragmentos de corpos marcados pela violência e dureza da extracção de minério e de combustíveis fósseis". Blackmoney, ou dinheiro negro, mostra "o valor dos homens que sobrevivem à paisagem obscura, pontuada pelo brilho mineral que contamina as ferramentas, os rostos, os pés descalços...". 


Focal point, 2017

Vortex, 2017

Gadget, 2017

If, 2017

Silêncio, 2017

As fotografias de Moira Forjaz estão no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, cidade geminada com a Ilha de Moçambique, até ao final do primeiro trimestre de 2021. Com curadoria de Paola Rolletta, Ilhéus tem como protagonistas os "ilhéus idosos que deixaram entrar a fotógrafa na sua intimidade, contanto as suas vidas na primeira pessoa". Ao longo de quase dois anos, Moira fotografou e recolheu histórias de pessoas especiais ("vibrantes, interessantes e doces", diz Moira no livro que reúne este seu trabalho), moradores de uma ilha pela qual se apaixonou quando a visitou pela primeira vez, logo a seguir à independência do país. Atija, mais de 94 anos e viciada em rapé, um tabaco tradicional que pode ser mastigado, Ali Mussage, mais de 89 e que lamenta não ter estudado, ou Sunducia "Janina" Momade, que morreu em Agosto passado e que foi bailarina de tufo, tendo actuado para o Presidente Samora em Maputo e dançado no Japão e na China, são alguns dos retratados.










Blackmoney pode ser vista na Galeria 111, na Rua Dr. João Soares, 5B, ao Campo Grande, em Lisboa, até 9 de Novembro. De terça a sábado, das 10h às 19h. Mais informações: 217977418 ou info@111.pt.

O Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, no Largo do Conde Vila Flor, em Évora, está aberto de terça a domingo das 10h às 13h e das 14h às 18h. Ilhéus pode aí ser vista até Março de 2021. Mais informações: 266748350.

O livro Ilhéus, de Moira Forjaz, está disponível na Wook (44,26 euros) ou na Amazon (40,40, com envio grátis).



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