#3 Diário de um regresso a Moçambique – A banhos de mar e chuva na Ponta do Ouro
Antecedida pelas pontas Membene, Milibangalala, Dobela, Mamoli ou Malongane, a Ponta do Ouro, ou só Ponta para os mais íntimos, é a última da costa que vai do canal de Santa Maria até à fronteira com a África do Sul. Ir até lá a partir de Maputo já foi uma aventura, que requeria uma travessia de ferry, quatro ou cinco horas de tempo e um 4x4 com condutor experiente. Mas desde a construção da estrada asfaltada e ainda mais da inauguração em 2018 da ponte que liga a capital à Catembe, ambas pela mão da China Road & Bridge Corporation, que ir até lá é uma tentação. E nós lá fomos, neste regresso a Moçambique. De quinta a domingo, primeiro encontrando uma praia quase deserta e uma vila quase sem visitantes, nos últimos dois dias partilhando-a com quem ali vai passar o fim de semana.
Viagem feita, com uma paragem para pagar os 125 meticais na portagem da ponte, na presença de um blindado e de elementos armados da Unidade de Intervenção Rápida, e com passagem gratuita pela da Bela Vista, que entretanto foi destruída durante as manifestações pós eleições, o programa foi mais ou menos o mesmo de sempre. Atravessámos devagar a parte da estrada que passa pela Reserva Nacional de Maputo e ficámos felizes com os animais que por ali andavam, zebras, impalas, uma meia dúzia de girafas. Fomos a banhos na água quente do Índico, apesar do mau tempo. Fiz uma massagem na praia, desta vez com Melissa, natural de Inhambane e que diz já ter tido mais clientes do que tem agora. E fomos pela primeira vez ao remoto Sapphire Sands, no topo de uma duna, o restaurante mais a sul de Moçambique e seguramente o que na Ponta tem a melhor vista. Almoçámos um misto de lulas e camarões fritos e tivemos o empregado só para nós.
Em dois dos dias da estadia alugámos um gazebo, que serviu para nos proteger do sol mas também de uma daquelas chuvadas made in África. E alugámo-lo a Jaime, nativo da Ponta, quatro filhos e preocupado com a falta de negócio por causa "desses que fazem greve": "Sem dinheiro, como mandar as crianças à escola?". Só ficou a faltar neste regresso o que ainda havemos de fazer na Ponta: sair de barco em busca dos golfinhos por ali residentes, eventualmente nadar com eles. O que pode ser feito contratando os serviços da The Dolphin Centre ou da Dolphin Encountours Research Center.
Um dia, quem sabe, consigo visitar esta maravilha.
ResponderEliminarEspero que consiga
EliminarMuito bonito. Obrigada pela partilha. Estive para lá ir, faz 3 anos. Mas depois não tive tempo.... Bjs.
ResponderEliminarTalvez um dia...
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