Moçambique: à espera do sol em Vilanculos

Começa numa nublada e chuvosa Vilankulo, ou Vilanculos, cidade à beira do Índico e a 700 quilómetros de Maputo, o quarto round Menina Europa - Moçambique. Sabrina, francesa a viver há oito anos em Moçambique e proprietária da Casa Babi, pequeno hotel à beira mar e escola de mergulho, recebe-nos no aeroporto local e confirma o que já tínhamos visto na previsão sobre o estado do tempo: este será um dia sem sol e alguma chuva, os próximos serão mais quentes. E diz estarem todos a fazer figas para que assim seja. O que fazer por aqui quando chove? "Nada, a não ser descansar, ler ou comer. Ou brincar com os cães". 

A parte da leitura está assegurada. Depois de terminar, no turbulento e pequeno Embraer da LAM que nos trouxe de Maputo até aqui, o último livro da jornalista e escritora Manuela Gonzaga (Moçambique. Para a mãe se lembrar como foi ou uma viagem às memórias dos tempos em que por aqui viveu), lançar-me-ei na leitura de A Sombra dos Dias, uma biografia romanceada do jornalista Guilherme de Melo (1931 - 2013) e a história de uma família portuguesa que viveu 50 anos por terras de Moçambique.
Mas antes, tempo então para os cães (é na companhia de quatro dos seis que habitam a Casa Babi que se faz o primeiro passeio pela imensa praia, na altura cheia de dhows, as embarcações locais movidas a vela e grandes varas, e de muitos vendedores e compradores de peixe) e para a parte respeitante ao "comer". Na ementa do almoço, uma massa com camarões, muito alho, pequenos pedacinhos de curgete e rúcula ("do quintal") mostra-nos como as coisas simples podem ser deliciosas. Aliás, a avaliar pelos comentários no Tripadvisor (dos 88 viajantes, 80 consideram a Casa Babi excelente e 8 muito bom)  não se come nada mal na que será a nossa casa durante uma semana. Afinal, talvez possa chover mais um dia.