Moçambique: escalando as dunas de Bazaruto

Quando estou quase a desfalecer, um dos companheiros de viagem grita-me um "Vale a pena subir até aqui!". O "aqui" é o cimo de uma das imensas dunas douradas que marcam a paisagem de Bazaruto, ilha geralmente considerada como uma espécie de paraíso por quem a visita e uma das cinco que formam o arquipélago que tem o mesmo nome da ilha principal (a maior, com 37 metros de comprimento e oito de largura máxima). E a vista de 360 graus, sobre um mar verdadeiramente azul, a vegetação verde, as ilhas vizinhas e algumas lagoas, vale mesmo a dura subida - e também todos os meticais gastos com a taxa para entrar no parque nacional (400 para os não residentes em Moçambique, o equivalente a dez euros) e na viagem de barco (mais ou menos 57 euros). 

O dia começou cedo, com partida da Casa Babi, em Vilankulos, num semi-rígido a motor onde se falou português, francês, holandês, espanhol, inglês ou italiano e que levou a bordo dez passageiros (cinco mergulhadores e cinco snorkelers ) e dois tripulantes (Gugu, o "comandante" moçambicano, e "Pancho, o professor de mergulho chileno que regressará brevemente a casa por um mês depois de ter andado pelo mundo nos últimos sete anos). E correu bem a jornada: antes da chegada a Bazaruto avistámos duas baleias (a primeira emoção do dia), parámos um pouco na ilha de Benguerra (também conhecida como Santo António) e vimos belos peixes e corais no Two Mile Reef. Depois, foi aproveitar o sol e a água quente da ilha habitada por descendentes da tribo de pescadores matsonga.
Nos próximos dias, planos para visitar Magaruque (ou Santa Isabel) numa das embarcações tradicionais movidas a vento. As pequenas e mais distantes Paraíso (ou Santa Carolina) e Bangue ficarão por agora em falta.