Dias especiais em Maputo

Foram especiais os últimos dias em Maputo, marcados pela visita, vindo da cidade da Beira, de um afilhado moçambicano que faz parte das nossas vidas há uns nove anos, ainda a aventura em África estava muito longe de acontecer. Um afilhado que ao longo do tempo fomos conhecendo por carta (as primeiras escritas com uma caligrafia muito certinha), por fotografia, muito raramente por telefone, mais recentemente e com frequência por correio electrónico.
E estes dias especiais só não foram perfeitos por causa de um ataque de bactérias ao mais jovem dos meus companheiros de viagem (chegado de uma Lisboa mais asséptica) e de uma crise de malária que atacou o nosso visitante e que só foi diagnosticada depois de uma segunda ronda de análises. Mas entre melhorias e recaídas e no meio de muito "refresco" (como em Moçambique se chama à Coca-Cola e a outros refrigerantes e a única coisa que conseguiam engolir), houve tempo para dois ou três bons passeios.
Era obrigatório dar a conhecer ao nosso afilhado o Museu de História Natural, com os seus animais tão centenários e poeirentos quanto fascinantes (o museu celebrou 100 anos em 2013), a sua colecção bizarra de fetos de elefante e os murais de Malangatana no exterior, mostrar-lhe a vista de Maputo (escolhemos o jardim do Hotel Cardoso) e levá-lo à Fortaleza, com os seus canhões e a imensa estátua equestre de Mouzinho de Albuquerque (que antes da independência ocupava a praça em frente à Câmara Municipal da cidade).
As deambulações à descoberta da capital levaram-nos também à bela Dhow Moçambique, uma galeria de arte que é também um bar e restaurante com esplanada sobre o mar (Rua de Marracuene, 4, na Ponta Vermelha), onde o nosso rapaz perdeu uma partida de ntchuva frente a uma adversária argentina (residente em Moçambique há 20 anos), ao histórico Café Continental para comer um sorvete e ao salão nobre do ainda mais histórico Hotel Polana para um concerto do More Jazz Series, com o músico e saxofonista Moreira Chonguiça e com Angelique Kidjo, uma voz poderosa vinda do Benin. Pena que a febre tenha regressado no dia a seguir.


Mais sobre a ONGD Padrinhos de Portugal, que tem quatro centros em Moçambique e que apoia actualmente cerca de 400 crianças provenientes de famílias muito carenciadas (ou sem família), na página da associação no Facebook ou através do e-mail padrinhosdeportugal@gmail.com. Todos podem ajudar, tornando-se padrinhos, através de contribuições pontuais ou colocando o NIF 507288351 na altura de preencher o IRS no espaço destinado à consignação de 0,5 por cento para instituições de solidariedade social.



© Tiago Sousa




Comentários

Mensagens populares