Vilanculos: da Casa Babi ao Hotel Dona Ana

Depois de bem matabichar (e o que eu gosto deste verbo, que é sinónimo de tomar o pequeno-almoço ou de matar o bicho da fome, logo pela manhã) no alojamento que nos acolhe nesta estadia à beira Índico (a Casa Babi), aproveitamos o dia que se anuncia ventoso para uma incursão pela vila, até agora trocada pela praia de marés vazias a perder de vista, pela chegada dos barcos de pesca (um festim diário), pelas refeições à beira mar e por duas viagens às muito tentadoras ilhas do arquipélago de Bazaruto, mesmo ali em frente. 
Li algures que Vilanculos, que se estende por vários quilómetros e por muitas ruas de terra, não tem muito para ver. E não tem. Mas tem o mercado municipal, com as suas bancas de peixe seco, de cocos, de feijões ou de amendoins, as casas de caniço construídas entre a vegetação, as lojinhas com nomes sugestivos e outras que anunciam, ao longo da empedrada Eduardo Mondlane, a venda de iguarias como moelas, pescoços e patinhas de frango. Ou gente que com frequência nos sorri e nos cumprimenta quando passamos. 
Na Rua da Marginal, e construído pelo português Joaquim Alves nos anos 60 do século passado, Vilanculos tem ainda o recuperado e bonito Hotel Dona Ana, em estilo Art Deco. Vale a pena caminhar até lá e ficar pela esplanada a beber um copo. 
O regresso a casa é feito junto ao mar, com paragem para almoço no Kuvuka Café, onde escolho o prato do dia, um caril de franco e um arroz de coco por mais ou menos o equivalente a cinco euros e o primeiro prato de carne em muitas refeições. À noite, volto com prazer aos cozinhados da nossa cozinheira do Zimbabwe – uma boa razão para dormir na Casa Babi, que tem quatro quartos e uma casinha independente, redonda, com telhado de palha e dois andares.
















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