Malásia: templos, templos e mais templos em Georgetown
À "pequena Singapura" da Malásia, um dos petit nom de Georgetown, chega-se de barco ou atravessando a grande ponte que liga o continente à ilha de Penang (os malaios pronunciam Pinang). E é por esta que chegamos à que foi em tempos a Pérola do Oriente (durante a época colonial era uma das localizações mais importantes dos britânicos no Estreito de Malaca) e que é hoje uma cidade de edifícios altos e modernos. Mas também de velhas casas com arcadas, colunas e varandas, de restaurantes de rua (e que bem se come nalguns que servem peixe e marisco), de templos chineses (ao contrário do resto da Malásia a população é aqui maioritariamente chinesa), de templos budistas e hindus, de mesquitas e de igrejas.
E começou de maneira calma a nossa estadia de duas noites por ali. Com um passeio um pouco ao acaso (e sem mapa, depois do trauma de Kuala Lumpur) e um fim de tarde à beira mar na esplanada do mítico Eastern and Oriental Hotel, por onde passaram escritores e artistas como Charlie Chaplin, Joseph Conrad, Hermann Hesse ou Orson Welles. Mas desta vez não parecia haver famosos à vista, apenas alguns hóspedes a banhos na piscina e quatro viajantes - nós - que por ali ficaram a fugir do calor excessivo e a ver o entardecer.
O dia seguinte, que amanheceu chuvoso, foi dedicado a alguns dos principais templos da cidade e às ruas e lojas da bela Chinatown (e há sempre uma Chinatown e uma Little India em qualquer cidade malaia). E neste bairro é imperdível o renovado (pela equipa indiana que restaurou o Taj Mahal) e magnífico templo chinês Khoo Kongsi. Assim como o didáctico museu que fica no rés do chão e que conta toda a história do clã Khoo.
Mas há mais atracções em matéria de templos: mais afastados do centro e no bairro de Pulau Tikus ficam os Wat Chayamang Kalaram e em frente o templo birmanês Dharmikarama Burmese. O primeiro acolhe uma estátua de um imenso buda deitado, construído entre os anos de 1957 e 1962 e que tem 33 metros de comprimento. O Dharmikarama Burmese, guardado à entrada por dois elefantes brancos esculpidos em pedra. tem personagens kitsch e coloridas e uma grande estátua de um buda dourado. E no jardim um globo terrestre transportado por dois dragões e também uma estrutura que gira continuamente num pequeno lago e à qual se pode lançar uma moeda pedindo desejos vários, como ter um bom casamento, saúde, harmonia ou acesso a estudos superiores. Vários visitantes tentavam a sorte.
Pelo nosso lado, regressamos ao centro da cidade em busca de Little India, onde acabamos por viver uma noite de sustos e de emoções fortes - sobretudo para os bombeiros e para os habitantes locais. Jantávamos no Tang Bistro (um restaurante de comida indiana e de fusão instalado num bonito edifício da Lebuh Penang, que é também um pequeno hotel) quando encerraram a grande porta da entrada principal. O cheiro a fumo começava a ser intenso pois o prédio em frente estava a ser devorado pelas chamas - que tardaram a acalmar.
Antes de deixar a cidade - justamente classificada pela UNESCO como Património da Humanidade - houve ainda tempo para uma volta pelo Clans Piers (ou Cais dos Clãs), habitado por chineses e onde cada pontão construído com tábuas nem sempre bem ajustadas e rodeado de casas assentes sobre estacas, pertence a um clã diferente. Estava maré baixa quando por ali andámos e tivemos como companhia um ou outro rato e um cheiro que rivalizava um pouco com o do durian (o fruto que por causa do seu odor não pode ser levado em transportes públicos nem entrar em hóteis), Mas a calma e a beleza do sítio compensam qualquer transtorno. Isso e a simpatia dos discretos habitantes. Quando dava já como perdida a tampa da lente da Canon (tinha caído por uma fresta e encontrava-se no meio do lodo), vejo que um rapaz desce descalço pelas estacas e num instante a consegue recuperar. Depois disso desaparece tão rápido que mal tenho tempo de lhe agradecer.
Dar uma espreitadela à zona do incêndio da véspera era também essencial antes de deixar a cidade. Queríamos saber se o "nosso" Bistro tinha sofrido danos. Não sofreu, mas o fogo engoliu ainda mais duas ou três casas ali à volta.
Dos planos mais ou menos traçados para Penang faltou apenas subir de funicular a Penang Hill e ver a ilha do alto dos seus 800 metros (o tempo muito nublado não justificava a deslocação) e também dar uma espreitadela a uma das poucas praias da ilha (a de Batu Ferringhi é a mais popular). Mas uns dias de dolce fare niente esperavam por nós em Langkawi.
Mas há mais atracções em matéria de templos: mais afastados do centro e no bairro de Pulau Tikus ficam os Wat Chayamang Kalaram e em frente o templo birmanês Dharmikarama Burmese. O primeiro acolhe uma estátua de um imenso buda deitado, construído entre os anos de 1957 e 1962 e que tem 33 metros de comprimento. O Dharmikarama Burmese, guardado à entrada por dois elefantes brancos esculpidos em pedra. tem personagens kitsch e coloridas e uma grande estátua de um buda dourado. E no jardim um globo terrestre transportado por dois dragões e também uma estrutura que gira continuamente num pequeno lago e à qual se pode lançar uma moeda pedindo desejos vários, como ter um bom casamento, saúde, harmonia ou acesso a estudos superiores. Vários visitantes tentavam a sorte.
Pelo nosso lado, regressamos ao centro da cidade em busca de Little India, onde acabamos por viver uma noite de sustos e de emoções fortes - sobretudo para os bombeiros e para os habitantes locais. Jantávamos no Tang Bistro (um restaurante de comida indiana e de fusão instalado num bonito edifício da Lebuh Penang, que é também um pequeno hotel) quando encerraram a grande porta da entrada principal. O cheiro a fumo começava a ser intenso pois o prédio em frente estava a ser devorado pelas chamas - que tardaram a acalmar.
Antes de deixar a cidade - justamente classificada pela UNESCO como Património da Humanidade - houve ainda tempo para uma volta pelo Clans Piers (ou Cais dos Clãs), habitado por chineses e onde cada pontão construído com tábuas nem sempre bem ajustadas e rodeado de casas assentes sobre estacas, pertence a um clã diferente. Estava maré baixa quando por ali andámos e tivemos como companhia um ou outro rato e um cheiro que rivalizava um pouco com o do durian (o fruto que por causa do seu odor não pode ser levado em transportes públicos nem entrar em hóteis), Mas a calma e a beleza do sítio compensam qualquer transtorno. Isso e a simpatia dos discretos habitantes. Quando dava já como perdida a tampa da lente da Canon (tinha caído por uma fresta e encontrava-se no meio do lodo), vejo que um rapaz desce descalço pelas estacas e num instante a consegue recuperar. Depois disso desaparece tão rápido que mal tenho tempo de lhe agradecer.
Dar uma espreitadela à zona do incêndio da véspera era também essencial antes de deixar a cidade. Queríamos saber se o "nosso" Bistro tinha sofrido danos. Não sofreu, mas o fogo engoliu ainda mais duas ou três casas ali à volta.
Dos planos mais ou menos traçados para Penang faltou apenas subir de funicular a Penang Hill e ver a ilha do alto dos seus 800 metros (o tempo muito nublado não justificava a deslocação) e também dar uma espreitadela a uma das poucas praias da ilha (a de Batu Ferringhi é a mais popular). Mas uns dias de dolce fare niente esperavam por nós em Langkawi.
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