África do Sul: e se de repente um leopardo lhe aparecer à frente?

Pode não ser fácil chegar ao Phelwana Game Lodge, sobretudo se já for de noite e se se estiver em cima da hora limite para o chek in, pelo que convém ter os números de telefone à mão (+27 157932475 ou +27 716599555) e rezar para que haja rede. Nós acabámos por entrar pelas traseiras, pelo portão das entregas, e mesmo a tempo de não perder o jantar. Localizado perto do Kruger Park, entre as portas de Phalaborwa e de Orpen e a uns 40 quilómetros de Hoedspruit, é este alojamento também uma reserva privada que há muito pertence à família De Villiers (ver história aqui). E que para além de casas para 2, 4 ou 6 pessoas, tendas de luxo ou alojamento em regime de self-catering (todas com uma pequena piscina para não ser preciso dividir o lago com os hipopótamos residentes), oferece também a possibilidade de realizar caminhadas a pé na companhia de um guia - as bush walks - e safaris em veículos abertos - os game drives.
Mas antes disso teve o jantar lugar no meio do campo, ao ar livre, numa grande mesa partilhada por todos os hóspedes e com uma fogueira ali por perto - ou não estivéssemos na África do Sul. Correu bem a refeição (um bufett de várias iguarias mais um pouco ao jeito de entradas do que de pratos principais) mas o melhor da noite ainda estava para vir: um feliz encontro com um leopardo, animal bastante difícil de avistar, durante o safari nocturno que realizámos antes de ir para a cama contar os animais que ao longo do dia - no Kruger e em Phelwana - nos passaram pela frente.
Na manhã seguinte foi cedo o despertar, pois às sete era hora de caminhada na companhia de um guia. E foi uma boa caminhada, não só porque chegamos vivos ao final (o guia fazia-se acompanhar apenas de uns binóculos e de um walkie-talkie com as pilhas quase sem carga) mas porque aprendemos algumas coisas pelo caminho. Robert mostrou-nos as pegadas do leopardo da véspera, outras de búfalos, plantas cujos caules servem, depois de desfiados um pouco, como escovas de dentes, árvores cuja madeira é boa para fazer bengalas ou colheres de pau, formigueiros gigantes, plantas de aloe vera que a sua avó usava para fazer um pó que juntava ao tabaco, os restos de um rinoceronte jovem (que acredita ter morrido por ali por se encontrar sozinho) ou escaravelhos que empurram bolinhas de excrementos maiores que eles (e que as fêmeas usam para guardar os ovos).
Pelo caminho, cruzámo-nos com algumas girafas, muito próximas, uma meia dúzia de hipopótamos, felizmente dentro de água, e algumas aves. E já dentro do carro, em busca da saída, vimos ainda um gnu azul e um antílope que mais tarde identifiquei como um kobus ellepsiprymnus, também conhecido por cob-untuoso ou inhacoso. Entretanto, a Panorama Route, ali perto e onde o nosso guia nunca tinha ido, esperava por nós.


O alojamento no  Phelwana Game Lodge custou 4050 rands para três (cerca de 236 euros), com pequeno almoço, jantar (bebidas pagas à parte), safari e caminhada. Está ainda incluído no preço da estadia a possibilidade de pescar num dos três lagos da propriedade, fazer percursos em bicicleta própria (sempre atento aos búfalos e aos hipopótamos) ou visitar a escola local - a Timbavati Bush School - que é apoiada pela Timbavati Foundation.







































©Tiago Sousa 


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