Em Moçambique é hora de contar a população

No dia em que leio no Sapo 24 que os cidadãos do Malawi residentes em Mandimba, na longínqua província do Niassa, se recusam a recensear-se, com a justificação de que não são de nacionalidade moçambicana, chegam à casa de Maputo os recenseadores do quarto Recenseamento Geral da População e Habitação após a independência (os outros aconteceram em 1980, 1997 e 2007). E em mais ou menos um quarto de hora fica tudo respondido: a casa é de cimento, tem cozinha e casa de banho no interior, o telhado é de telha (também podia ser de chapa ou de macuti, que por aqui significa uma cobertura feita de folhas de coqueiro), os recenseados não têm machamba (que o mesmo é dizer que não têm terreno para cultivo), têm duas árvores no quintal (um limoeiro e uma laranjeira meio adoentados), não têm criação de animais (só em tempos um pavão que pulava a cerca e agora um gato que gosta de invadir a casa), usam Internet, têm televisão e rádio (se contarmos com o myTuner Radio), têm telefone fixo e conta bancária e não têm religião. E onde estavam há quatro anos? Em Maputo, no caso do meu companheiro de viagens e eu entre Maputo e Portugal. E há cinco? Bem, aí ainda não tinha começado esta aventura em África.


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