Um fim de semana no Caminito del Rey (e arredores)
O Caminito del Rey, localizado no parque natural Desfiladero de los Gaitanes e originalmente chamado Balconcillos de los Gaitanes, foi construído no início do século XX pelos trabalhadores de um canal no desfiladeiro destinado a produzir electricidade. Mais tarde, quando em Maio de 1921 o rei Afonso XIII o percorreu, colocando a última pedra da barragem de El Chorro, o caminho, que também era usado pela população local na vida do dia a dia, ganhou o nome pelo qual ficou conhecido.
Chegou a ser considerado o caminho mais perigoso do mundo, tendo estado encerrado durante 15 anos, depois de aí terem morrido cinco pessoas e por se encontrar em muito mau estado de conservação. Mas na versão actual, inaugurada em Março de 2015, é completamente seguro. E já agora imperdível, pelo menos para quem está a umas sete horas de viagem de carro.
Depois do acesso pela parte Norte, em Ardales (a saída faz-se a Sul, por El Chorro), através de um túnel escuro e comprido, percorrem-se quase oito quilómetros até ao final (4,8 são de acessos e 2,9 de caminho propriamente dito). E são oito quilómetros de puro prazer, feitos em caminhos de terra, em passagens de madeira e no Caminito agarrado ao desfiladeiro, com as suas paredes imensas, escarpadas e erguidas quase na vertical. É um caminho fácil, linear e o que lhe falta eventualmente em adrenalina (ou não, sobretudo para quem tem vertigens e sobretudo na ponte suspensa, que tem as melhores vistas sobre o rio Guadalhorce) sobra em beleza da paisagem.
Antes de nos pormos a caminho do Caminito e depois de quatro horas de sono no centro histórico de Antequera, cidade que comemorou na nossa passagem, com uma festa de luzes, um ano de classificação como Património Mundial, foi a manhã de sábado passada no parque natural Torcal de Antequera ou El Torcal. E foi um trekking feliz este, feito ao longo de cinco quilómetros, mais coisa menos coisa, e tendo por companhia uma ou outra cabra selvagem e uma paisagem com mais de 150 milhões de anos (chama-se revelo cárstico e a explicação do que é está na Wikipedia).
Depois do acesso pela parte Norte, em Ardales (a saída faz-se a Sul, por El Chorro), através de um túnel escuro e comprido, percorrem-se quase oito quilómetros até ao final (4,8 são de acessos e 2,9 de caminho propriamente dito). E são oito quilómetros de puro prazer, feitos em caminhos de terra, em passagens de madeira e no Caminito agarrado ao desfiladeiro, com as suas paredes imensas, escarpadas e erguidas quase na vertical. É um caminho fácil, linear e o que lhe falta eventualmente em adrenalina (ou não, sobretudo para quem tem vertigens e sobretudo na ponte suspensa, que tem as melhores vistas sobre o rio Guadalhorce) sobra em beleza da paisagem.
Antes de nos pormos a caminho do Caminito e depois de quatro horas de sono no centro histórico de Antequera, cidade que comemorou na nossa passagem, com uma festa de luzes, um ano de classificação como Património Mundial, foi a manhã de sábado passada no parque natural Torcal de Antequera ou El Torcal. E foi um trekking feliz este, feito ao longo de cinco quilómetros, mais coisa menos coisa, e tendo por companhia uma ou outra cabra selvagem e uma paisagem com mais de 150 milhões de anos (chama-se revelo cárstico e a explicação do que é está na Wikipedia).
Um didáctico guia mostrou-nos ao longo do percurso alguns fósseis, falou da fauna e da flora locais, com espécies únicas, e explicou como é que aquela paisagem tão singular se foi formando (lentamente, muito, muito lentamente) ao longo do tempo. Não fossem as suas explicações e eu diria que algumas das formações rochosas só podiam ser obra de marcianos. E já agora, quem terá esculpido a Peña de dos Enamorados, também conhecida como El Indio de Antequera, cujo cume é um perfil perfeito de uma cara de homem a olhar para o céu?
Para a manhã do segundo dia, que foi também o de regresso a Lisboa, estava reservada uma volta de três horas e tal por Ronda, cidade quente (a temperatura no Verão pode chegar facilmente aos 45 graus), cheia de História e situada numa meseta rochosa a mais de 700 metros acima do nível do mar. Percorrê-mo-la primeiro na companhia de uma guia local (que nos falou de touros, de touradas e da corrida anual Goyesca, nos contou a história das três pontes e nos levou ao miradouro dos viajeros románticos), depois de Carlos Garcia da We Go (que fez questão de nos levar ao sítio de onde melhor se fotografa a Puente Noevo, extraordinária obra de engenharia e símbolo de Ronda) e depois por conta própria e um pouco ao acaso pela parte mais antiga.
Terminou o passeio com uma sessão de cañas e tapas, entre bombas de queijo e jalapeño, o chouriço caramelizado com vinho e canela, o polvo a fazer lembrar o polvo à galega e as gambas de Huelva, no Las Maravillas. Não provámos o vinho local, elogiado por Ernest Hemingway, que ali passou alguns verões (também Orson Welles o fez), mas concordámos com ele em relação à comida ("excelente") e à sua apreciação de Ronda, escrita na parede do restaurante: "Es a Ronda donde habria que ir, la ciudad entera y sus alrededores son un decoro romántico.".
Para a manhã do segundo dia, que foi também o de regresso a Lisboa, estava reservada uma volta de três horas e tal por Ronda, cidade quente (a temperatura no Verão pode chegar facilmente aos 45 graus), cheia de História e situada numa meseta rochosa a mais de 700 metros acima do nível do mar. Percorrê-mo-la primeiro na companhia de uma guia local (que nos falou de touros, de touradas e da corrida anual Goyesca, nos contou a história das três pontes e nos levou ao miradouro dos viajeros románticos), depois de Carlos Garcia da We Go (que fez questão de nos levar ao sítio de onde melhor se fotografa a Puente Noevo, extraordinária obra de engenharia e símbolo de Ronda) e depois por conta própria e um pouco ao acaso pela parte mais antiga.
Terminou o passeio com uma sessão de cañas e tapas, entre bombas de queijo e jalapeño, o chouriço caramelizado com vinho e canela, o polvo a fazer lembrar o polvo à galega e as gambas de Huelva, no Las Maravillas. Não provámos o vinho local, elogiado por Ernest Hemingway, que ali passou alguns verões (também Orson Welles o fez), mas concordámos com ele em relação à comida ("excelente") e à sua apreciação de Ronda, escrita na parede do restaurante: "Es a Ronda donde habria que ir, la ciudad entera y sus alrededores son un decoro romántico.".
Os bilhetes para o Caminito, para quem vai por conta própria, têm de ser comprados com alguma antecedência (para os próximos tempos há muitos dias esgotados ou quase esgotados) e podem ser adquiridos aqui. As visitas livres custam 10 euros (ou 11,55 já com o bilhete de autocarro para regressar ao ponto de partida da caminhada), as visitas guiadas (com mais lugares disponíveis) 18 (ou 19,55 com autocarro). O Caminito está aberto de terça a domingo, é interdito a menores de oito anos e pode ser encerrado por condições meteorológicas adversas (vento forte ou chuva) ou por motivo de obras e reparações. Antes de pôr os pés ao caminho deve por isso consultar-se o site, onde essa informação é divulgada.
Informações práticas sobre o Parque Natural Torcal de Antequera, que tem disponíveis várias rotas e actividades como passeios nocturnos em noites de lua cheia ou visitas com guia, podem ser vistas aqui.
A viagem de três dias ao Caminito com a We Go Adventures - Actividades e Viagens custou 240 euros por pessoa em quarto duplo. Incluiu o transporte a partir de Lisboa em autocarro e transporte para todas as actividades em Espanha, duas noites em hotel de três estrelas com pequeno almoço (o Hotel Coso Viejo, em Antequera, foi o escolhido) e um jantar no restaurante Mesón Carrión, em Bermejo, Álora (atendimento simpático mas paella a precisar de mais ingredientes para além de arroz e o vinho servido de ser melhorado). A próxima viagem com a We Go (que antes da inauguração do caminho actual já visitava o desfiladeiro com actividades de escalada e rappel) é de 4 dias e acontecerá de 5 a 8 de Outubro (310 euros em autocarro, 330 em carrinha de nove lugares). Reservas e mais informações no site ou com Carlos Garcia: 915601814.
A Aventura X, que faz viagens ao Caminito del Rey duas vezes por ano (entre Abril e inicio de Junho e entre Setembro e a primeira quinzena de Outubro), tem agendada a quinta edição do Caminito (que inclui também Málaga, Ronda e El Torcal) para os dias 15 a 17 de Setembro e para um grupo no máximo de 16 pessoas. As inscrições (já há poucas vagas) estão abertas até 5 de Setembro e o preço a pagar (275 euros por pessoa em quarto partilhado, 335 em quarto individual) inclui duas noites em alojamento local com pequeno almoço, um jantar, transporte a partir de Lisboa e actividades com guia nos locais de destino. Mais informações: 919191219 ou falarcom@aventurax.pt.
O hotel Coso Viejo, localizado no centro histórico de Antequera, é um três estrelas baratinho mas confortável, com quartos duplos a partir de 36 euros no Booking. Está instalado num edifício do século XVIII. Mais informações no site.
O hotel Coso Viejo, localizado no centro histórico de Antequera, é um três estrelas baratinho mas confortável, com quartos duplos a partir de 36 euros no Booking. Está instalado num edifício do século XVIII. Mais informações no site.
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