E hoje o dia é dos leões
Hoje é o Dia Mundial do Leão (mais informações aqui). Pretexto para partilhar por aqui os encontros com o maior felino africano, espécie actualmente classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (calcula-se que em 1975 existissem cerca de 250 mil leões em África e estima-se que a população seja agora de apenas 25 ou 30 mil animais).
Depois de um primeiro encontro na Suazilândia (se não contarmos com o Jardim Zoológico de Lisboa), no Hlane Royal National Park, com este desejado big five (na realidade eram três, um na hora da sesta, outro que fugiu mais rápido do que eu o consegui fotografar e ainda um outro, um pouco magricela, que se pôs em pose para a máquina), já me voltei a cruzar com eles no Kruger (à quarta visita ao parque fui contemplada com cinco, entre fêmeas e crias, a comerem um animal já muito desfeito e muito fedorento), na Gorongosa (onde três ou quatro dormiam muito escondidos debaixo da vegetação) e também no Botswana, onde encontrei no Chobe uma meia dúzia a dormitar à sombra e na reserva de Moremi um macho solitário.
E foi com o macho solitário o encontro mais espectacular. E também o mais perigoso... Passávamos três dias com um guia na maravilhosa reserva de Moremi, no coração do Delta do Okavango, e num deles, ainda quase de madrugada, alguém que passa por nós nos avisa que anda um leão por perto. Depois de algum investimento para o localizar e depois de quase desistirmos, mais alguém nos volta a dizer que ele anda mesmo por ali. O guia, que não era de se deixar vencer (não descansou enquanto não encontrou também uma matilha de cães selvagens, espécie ameaçada e rara de encontrar), volta para trás, volta a procurar e numa ligeira curva do caminho damos de caras com ele. Primeiro muito quieto e muito focado em caçar um búfalo, depois a seguir muito devagar os animais que iam ficando para trás. E nós a um ou a dois metros dele, a segui-lo, a observá-lo, a fotografá-lo, a vencer o medo (não havia nenhuma barreira entre nós e ele a não ser um carro totalmente aberto). A aventura acabou bem, pelo menos para os quatro humanos ali presentes. Mas não chegámos a saber se a imensa manada de búfalos ficou com menos um animal.
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