Maputo: de barco público até Inhaca
Fica desde já o aviso: o barco público para Inhaca (que geralmente é o velho e enferrujado Nyeleti, a trabalhar desde antes da independência de Moçambique, ou em caso de avaria deste o igualmente velhinho e mais acanhado Paulo Santos) tem alguns problemas sérios. É desconfortável, demorado (cerca de duas horas e meia por percurso com o Nyeleti ou mais de três com o Paulo Santos), nem sempre parte a horas (às 7.30 da manhã na ida) ou nos dias em que é suposto (todos, menos à terça e à sexta), pode ter todo o espaço ocupado por pessoas e sacos (e por mais pessoas e mais sacos) e ser tão turbulento que é capaz de fazer enjoar até uma pedra (ou pelo menos mesmo uma pessoa com grande tolerância ao mar agitado).
"Depois dessa, não se mete noutra", disse-me um português de passagem por Maputo quando num jantar com vista sobre a Xefina Grande (pequena ilha mesmo em frente à cidade) lhe relatei a ida no barco público a Inhaca (um pouco mais ao largo, a cerca de 32 quilómetros da capital). Claro que meto (mas talvez não para uma viagem de ida e volta no mesmo dia), até porque o barco público também tem vantagens: fica-se com mais uma história para contar e economiza-se bastante em relação aos barcos privados que saem geralmente do mítico Clube Naval ou do Porto de Pesca (os bilhetes para o público custam 200 meticais, um pouco menos de três euros, por pessoa e por percurso, alugar um barco privado fica por algumas centenas de euros e é preciso arranjar um grupo para partilhar a despesa).
Viagem de barco terminada (com atracagem não no pontão em mau estado mas no meio do mar, perto de pequenos barcos que cobram mais 20 meticais para levar os passageiros até terra) chega o visitante junto ao agora desactivado Pestana Inhaca Lodge e à vila de pescadores e agricultores, onde há vários restaurantes, alguns alojamentos, uma banca especializada na venda de soutiens e várias outras que vendem fruta. Depois de uma volta por ali e de comprar umas quantas tangerinas (provavelmente de Inhambane), seguimos para a Ilha dos Portugueses, mesmo em frente. E a ida ao farol, localizado na Ponta Mazondowe, a ter de ficar para uma próxima vez.
À tranquila e desabitada Ilha dos Portugueses, entreposto comercial nos séculos XVI e XVII e actualmente zona de reserva integral, chega-se em poucos minutos e em embarcações que se alugam no areal (nós dividimos a nossa com dois moçambicanos aparentemente em férias). E depois é ficar a gozar a praia deserta (não estará tão deserta assim na época dos cruzeiros que partem de Durban, na África do Sul, durante o Verão e que aproveitam a ilha para fazer uma pausa), a tomar banhos de mar e a fotografar alguns pescadores de passagem. Também é possível pôr os pés a caminho até ao outro lado da ilha ou à parte mais a norte, onde existe uma lagoa de água salgada, mas para isso precisávamos de mais tempo.
O regresso a Maputo estava marcado para as 15h30 e o cansado Paulo Santos saiu a horas, sendo que dessa vez, com um mar mais tranquilo, se portou melhor. E para terminar bem o dia, fomos brindados com um pôr-do-sol tão perfeito sobre a cidade que quase nos esquecemos da dureza da viagem matinal.
"Depois dessa, não se mete noutra", disse-me um português de passagem por Maputo quando num jantar com vista sobre a Xefina Grande (pequena ilha mesmo em frente à cidade) lhe relatei a ida no barco público a Inhaca (um pouco mais ao largo, a cerca de 32 quilómetros da capital). Claro que meto (mas talvez não para uma viagem de ida e volta no mesmo dia), até porque o barco público também tem vantagens: fica-se com mais uma história para contar e economiza-se bastante em relação aos barcos privados que saem geralmente do mítico Clube Naval ou do Porto de Pesca (os bilhetes para o público custam 200 meticais, um pouco menos de três euros, por pessoa e por percurso, alugar um barco privado fica por algumas centenas de euros e é preciso arranjar um grupo para partilhar a despesa).
Viagem de barco terminada (com atracagem não no pontão em mau estado mas no meio do mar, perto de pequenos barcos que cobram mais 20 meticais para levar os passageiros até terra) chega o visitante junto ao agora desactivado Pestana Inhaca Lodge e à vila de pescadores e agricultores, onde há vários restaurantes, alguns alojamentos, uma banca especializada na venda de soutiens e várias outras que vendem fruta. Depois de uma volta por ali e de comprar umas quantas tangerinas (provavelmente de Inhambane), seguimos para a Ilha dos Portugueses, mesmo em frente. E a ida ao farol, localizado na Ponta Mazondowe, a ter de ficar para uma próxima vez.
À tranquila e desabitada Ilha dos Portugueses, entreposto comercial nos séculos XVI e XVII e actualmente zona de reserva integral, chega-se em poucos minutos e em embarcações que se alugam no areal (nós dividimos a nossa com dois moçambicanos aparentemente em férias). E depois é ficar a gozar a praia deserta (não estará tão deserta assim na época dos cruzeiros que partem de Durban, na África do Sul, durante o Verão e que aproveitam a ilha para fazer uma pausa), a tomar banhos de mar e a fotografar alguns pescadores de passagem. Também é possível pôr os pés a caminho até ao outro lado da ilha ou à parte mais a norte, onde existe uma lagoa de água salgada, mas para isso precisávamos de mais tempo.
O regresso a Maputo estava marcado para as 15h30 e o cansado Paulo Santos saiu a horas, sendo que dessa vez, com um mar mais tranquilo, se portou melhor. E para terminar bem o dia, fomos brindados com um pôr-do-sol tão perfeito sobre a cidade que quase nos esquecemos da dureza da viagem matinal.
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