O Parque da Gorongosa está a crescer e viajou até Maputo

O Parque Nacional da Gorongosa, provavelmente o maior projecto de restauração da vida selvagem em África, esteve em Maputo, no Montebelo Indy, para realizar a IV Gala Gorongosa e mostrar que o parque está bem e a crescer (assim cresçam também os visitantes, que em 2017 se contabilizaram em cerca de 5700). E também para dar a conhecer o trabalho que está a ser feito na Zona Tampão,  habitada por cerca de 177 mil pessoas e cerca de 65 por cento delas a viver abaixo do limiar da pobreza, em matéria de desenvolvimento humano.
Após dois anos de tensão política e militar entre a Frelimo e a Renamo na área da Gorongosa, o ano de 2017 foi de mudança e de novas realizações. E o balanço é positivo: foi lançada, em Muzimo, a construção do primeiro acampamento ecológico de uma série de três que estão planeados; foi lançado o projecto Clubes de Raparigas, que visa diminuir o abandono escolar e a alta taxa de gravidezes na adolescência, que chega já a 17 escolas primárias e a cerca de 680 meninas (algumas viajaram até Maputo); o Centro de Educação Comunitária realizou actividades de formação e educação ambiental para mais de 2 mil pessoas; o projecto de plantio de café na Serra da Gorongosa ganhou um novo impulso (e foi oferecido no final um pacote aos convidados); o Laboratório E. O. Wilson, criado em 2014, recebeu 70 investigadores; a equipa de conservação, composta por 228 fiscais, foi reforçada com nove mulheres, o que acontece pela primeira vez. E a Gorongosa cedeu ainda alguns animais (entre pivas, changos e facoceros) a outras áreas de conservação do país, caso do Parque Nacional do Zinave e da Reserva Especial de Maputo.
Balanço feito (a cargo do administrador Mateus Mutemba) e antes do último momento musical (pela Orquestra Xiquitsi), foram entregues os prémios Gorongosa. O jovem Nelson Azeite, 25 anos, ganhou o de melhor fiscal, Piano Jantar, do Departamento de Desenvolvimento Humano, ganhou o de melhor colaborador (e também o prémio de nome mais original entre os presentes na Gala) e Pedro Palhinha, presidente do Conselho de Administração do grupo Entreposto, o de Melhor Amigo.
E o prémio de Melhor Amigo foi entregue por Greg Carr, o empresário e filantropo norte-americano que se apaixonou pela Gorongosa e que em 2008 assinou com o Governo moçambicano um acordo de 20 anos para a sua recuperação. Quando em Abril de 2016 me despedi da Gorongosa, depois de um programa intenso de três dias, (ver aqui como foi essa aventura), perguntei-lhe, pouco antes de entrar no pequeno avião da CR Aviation, como via a Gorongosa dali a 10 ou 20 anos. "Better, better, better", respondeu-me na altura. Parece ir no bom caminho.






















© Parque Nacional da Gorongosa


O Parque Nacional da Gorongora encerra todos os anos de meados de Dezembro (este ano fecha a partir de amanhã, dia 17) até Março ou meados de Abril, período durante o qual a maior parte das picadas ficam submersas e intransitáveis. Cada visitante deve pagar uma taxa diária de conservação, sendo que esta é de 100 meticais para os moçambicanos, 10 dólares para provenientes de países da SADC e 20 para os restantes. As crianças até aos 10 anos não pagam e dos 10 aos 17 têm 50 por cento de desconto.

Safaris de jipe (35 dólares por pessoa ou 980 meticais para moçambicanos, 40 dólares se for ao pôr-do-sol) são a principal actividade oferecida pelo parque, sendo que por agora não são permitidos safaris em carro próprio. Está entretanto em curso a renovação da oferta de actividades, esperando-se algumas novidades para 2018.

A Gorongosa têm alojamento disponível no campo de Chitengo, no Montebelo Gorongosa Lodge & Safari, com quartos para dois por 107 dólares ou para quatro por 273, entre outras tipologias. O alojamento oferece também transfer, no mínimo para duas pessoas, a partir da cidade da Beira, que fica a 155 quilómetros (3000 meticais ou 50 dólares por pessoa e viagem), de Chimoio (2580 meticais ou 43 dólares) ou do desvio da EN1 (482 meticais ou 8 dólares). Reservas: +258 823082252.

Mais informações sobre a história e outras coisas úteis no site da Gorongosa.



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