A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN ou IUCN, na sigla em inglês) divulgou ontem a actualização da sua Lista Vermelha de espécies em perigo e não são boas as notícias para os elefantes africanos, que passaram da categoria de "vulneráveis" para as categorias "em perigo", no caso dos elefantes africanos da savana, e "criticamente em perigo", para os elefantes africanos da floresta tropical. Calcula-se que o número dos elefantes africanos da savana (os Loxodonta africana, que chegam a pesar seis ou sete toneladas, o dobro dos da floresta) tenha tido uma queda de 60 por cento nos últimos 50 anos e que o número de elefantes africanos da floresta tropical (os Loxodonta cyclotis) tenha caído cerca de 86 por cento nos últimos 31 anos.
Os elefantes africanos, que andarão agora pelos 415 mil animais entre as duas espécies, sofreram um rude golpe entre 2008 e 2012, com um pico de ataques, sobretudo no norte de Moçambique e no sul da Tanzânia, onde se estima que cerca de 100 000 elefantes de savana tenham sido mortos nesse período. Os ataques humanos, a procura persistente de marfim e a perda dos habitats, com as terras a serem usadas para a agricultura ou para outros fins, são as causas para a preocupação com estes animais ser agora grande por parte da União Internacional para a Conservação da Natureza. "Precisamos de acabar urgentemente com a caça furtiva e garantir que habitat adequado e suficiente para os elefantes da floresta e da savana seja conservado", disse ontem Bruno Oberle, director-geral da organização, que tem sede na Suíça. E acrescentou: "Vários países africanos lideraram o caminho nos últimos anos, provando que podemos reverter o declínio dos elefantes, e devemos trabalhar juntos para garantir que o seu exemplo possa ser seguido."
Esta mais recente avaliação da UICN, a primeira das três actualizações anuais previstas, avaliou 134 425 espécies de animais, plantas e fungos, das quais mais de um quarto estão em perigo de extinção.
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Reserva de Hluhluwe-Imfolozi, África do Sul, Abril de 2014 |
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Hlane Royal National Park, Reino de Eswatini, ex- Suazilândia, Março de 2014 |
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Kruger National Park, África do Sul, Novembro de 2014 |
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Parque Nacional da Gorongosa, Moçambique, Abril de 2016 |
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Delta do Okavango, Botswana, Agosto de 2016 |
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Chobe National Park, Botswana, Agosto de 2016 |
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Reserva de Moremi, Botswana, Agosto de 2016 |
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Reserva de Moremi, Botswana, Agosto de 2016 |
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Etosha National Park, Namíbia, Agosto de 2018 |
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Etosha National Park, Namíbia, Agosto de 2018 |
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Addo Elephant National Park, África do Sul, Outubro de 2019 |
Hoje, no Nautilus, um café bastante antigo em Maputo, dizia um velho branco para um jovem negro... "... e no caminho, eram umas 4 da manhã, cruzei-me com girafas, elefantes... só me apeteceu pegar na espingarda e dar-lhes uns tiros..." (não consegui perceber onde teria sido mas... senti vergonha daquele branco!). Enquanto existir esta mentalidade... não há esperança.
ResponderEliminarEsperemos que seja uma mentalidade em vias de extinção ( e eu gostava de parar no Nautilus para comprar pão).
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