África do Sul: em busca de animais na reserva Hluhluwe-Imfolozi

A imensa reserva de Hluhluwe-Imfolozi perde para o Kruger Park em tamanho (mesmo com os seus 96 mil hectares é cerca de 20 vezes menor do que o mais famoso dos parques sul africanos) e em número de animais. Mas ganha em antiguidade (criado em 1895, é a primeira reserva do país) e na presença de rinocerontes brancos, aqui abundantes depois de um projecto de salvaguarda e de reintrodução nos anos 1960-1970 (na realidade, os rinocerontes brancos são cinzentos e diferem dos chamados rinocerontes negros, que têm uma cor idêntica aos primeiros, pelo regime alimentar e pelo tamanho - os brancos podem atingir as cinco toneladas, os negros cerca de uma tonelada e meia). E ganha ao Kruger talvez na beleza da paisagem, feita de colinas cobertas de savana africana.







Quando se entra numa reserva (e nós entrámos pela Memorial Gate, perto de Hluhluwe, pouco passava das nove da manhã) nunca se sabe o que a sorte nos reserva. Mas no dia da nossa visita - feita em carro próprio e não num dos muitos safaris organizados disponíveis no parque ou em agências e alojamentos locais - os animais foram generosos. Quase sete horas depois (com saída pela Cengeni Gate, na parte mais selvagem de Imfolozi), tínhamos visto um bando imenso de gazelas mais ao longe, uma grande manada de búfalos e mais búfalos muito próximos de nós (muitos entretidos com um banho de lama), rinocerontes (talvez brancos e negros, mas sem grandes certezas de quais eram uns e outros), dois elefantes a poucos metros e em pleno almoço (ou em processo de destruição de uma árvore) e muitas girafas já quase à saída. E ainda zebras, javalis, macacos... Ficaram por ver dois dos "cinco grandes" africanos, também presentes na reserva: o difícil leão (haverá cerca de uma centena por ali) e o quase impossível de avistar leopardo.










O Centenary Centre, a quatro quilómetros da entrada de Nyalazi e onde se pode conhecer a história da reintrodução do então ameaçado rinoceronte branco e perceber como é feita a conservação dos habitantes da reserva, é um dos pontos de interesse no percurso. Outro, fechado na nossa passagem, é o Game Capture Bomas Centre, uma espécie de feira de animais selvagens na qual se negoceiam os preços de girafas ou de rinocerontes, com o objectivo de equilibrar a população do parque. O dinheiro ganho com o negócio (dirigido a profissionais) é investido na manutenção e projectos da reserva.




O guia Maps of the Zululand and Maputaland Reserves, da Honeyguide e à venda nas várias entradas, é uma boa companhia de viagem. Tem mapas detalhados das reservas da região, daqui até Kosi Bay, e no final fotografias a cores de todos os animais selvagens e aves que se podem encontrar.


É possível passar a noite dentro da reserva de  Hluhluwe-Imfolozi (o Hilltop Camp & Resort é o único que também tem restaurante, os restantes alojamentos funcionam em regime de self-catering). Nós optamos por ficar fora e escolhemos a Ama Zulu Guesthouse and Safaris, em Hluhluwe, um bom local a um bom preço. Três quartos para quatro (um dedicado à chita, outro ao kudu e outro mais romântico e decorado em tons de vermelho e preto) ficaram por 121 euros. Com atendimento simpático e pequeno almoço incluído.


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