Mtunzini: dois dias à beira do Índico e entre plantações de cana de açúcar
Leio no guia Le Routard sobre a África do Sul que Mtunzine, uma pequena e atraente estação balnear a cerca de 140 quilómetros a norte de Durban, deve as suas origens a um diplomata e aventureiro chamado John Dunn e conhecido por "zulu branco" nos anos 1850. Com 48 mulheres e 117 filhos, recebeu do príncipe zulu Cetshwayo, de quem era amigo e confidente, as terras onde construiu Mtunzine, declarada zona protegida muitos anos depois, em 1995.
História e histórias à parte, a cidade merece uma visita pela praia imensa, quase deserta e sem tubarões (inserida na Umbalazi Nature Reserve, que oferece três caminhos pedestres e muitas aves para observar), pela Raphia Palms Nature (uma floresta de ráfia classificada como monumento histórico em 1942) e pelos mexilhões do restaurante Zanj (no Golden Penny Complex), cozinhados por um chef irlandês que passa pela nossa mesa a correr (a única da esplanada com clientes devido à hora considerada tardia por estes lados - para aí umas quase dez da noite) para pedir desculpas pela música que uma empregada insiste em pôr bem alta.
As noites em Mtunzini foram passadas na Toad Tree Cottage, a um quilómetro e pouco do centro, numa casa antiga com um interior colorido e rodeada de vegetação e de muitas plantações de cana de açúcar. Uma paisagem que compensa bem a luz forte que nos acorda ao amanhecer ou o barulho das aves que se fazem ouvir desde cedo. Por 500 rands para dois (cerca de 35 euros, mais 100 rands por cada pessoa adicional), goza-se ainda da companhia de três cães que gostam mais de rondar a casa dos visitantes do que a casa do dono, logo ali ao lado. E para refrescar, há uma pequena piscina que também serve de bebedouro para os nossos três novos amigos caninos.
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